Por Joedson Telles

Interventor da Caixa Beneficente da Polícia Militar de Sergipe, coronel Dos Anjos denunciou, na manhã desta sexta-feira, dia 15, que, dos R$ 10 milhões arrecadados pela atual gestão da entidade (formada pelos sargentos Vieira e Edgar e mais pelo cabo Palmeira), cerca de 50% - ou seja, R$ 5 milhões - foram gastos somente com despesas de hotéis, restaurantes e viagens.

"A Caixa praticamente morreu. Só falta assinar o atestado de óbito", lamentou o interventor, ao ser entrevistado pelo repórter Marcos Couto, na Ilha FM. A entidade arrecada aproximadamente R$ 170 mil mensal. Mas parte deste dinheiro acaba sendo bloqueada.

Segundo o coronel Dos Anjos, sem dinheiro na conta e com os bloqueios que baixam a arrecadação mensal, a Caixa Beneficente não tem hoje como honrar seus compromissos. Para complicar ainda mais a situação, mesmo depois da intervenção, Dos Anjos denunciou que o ex-tesoureiro da Caixa Beneficente "invadiu" a conta da entidade, a movimentou e deixou apenas R$ 0,50 (cinquenta centavos). "Ele fez vários lançamentos sem beneficiar o associado", garante Dos Anjos.

O interventor salientou que está no início das investigações, e que muitas coisas ainda podem aparecer. "Tenho um prazo de 180 dias para me manifestar de uma forma geral", diz o coronel sobre a necessidade de o policial militar tomar ciência de como o seu dinheiro foi utilizado pelos atuais gestores da Caixa Beneficente.

"Se ele (Dos Anjos) provar o que está dizendo, é caso para botar na cadeia", comentou o deputado estadual Gilmar Carvalho (PR), denunciando que Edgar e Vieira se hospedaram no Copacabana Palace (um dos hotéis mais luxuosos do Brasil, instalado no Rio de Janeiro) com diárias pagas com o dinheiro da Caixa Beneficente. Gilmar observou ainda que o Copacabana Palace (instalado também nos Estados Unidos) é o mesmo hotel que a cantora Madonna se hospedou, quando fez show no Rio de Janeiro.

Prometendo ir a fundo para saber como a Caixa Beneficente foi quebrada, o deputado Gilmar Carvalho prometeu dar total apoio a pessoas (policiais) que estão legitimadas para mover ações judiciais contra os responsáveis pelo caos.