Os primeiros meses de vida de um bebê são marcados por uma série de descobertas, incluindo a introdução alimentar, um marco importante no desenvolvimento infantil. Esse período, que compreende a transição da alimentação exclusivamente à base de leite materno ou fórmula para a inclusão de alimentos sólidos e semi-sólidos na dieta do bebê, é crucial para estabelecer hábitos alimentares saudáveis.

Segundo a nutricionista, Lara Evelin, especializada em clínica pediátrica, a introdução alimentar deve começar por volta dos seis meses de idade, quando o sistema digestivo do bebê está mais maduro e ele já demonstra sinais de prontidão para receber alimentos sólidos.

"Esses sinais dizem respeito ao desenvolvimento motor e neurológico, como: capacidade de sentar sem apoio, sustentar a cabeça e segurar objetos com as mãos", afirma.

Como uma forma de auxílio para os pais, recentemente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou um novo guia alimentar infantil, que oferece orientações atualizadas para a alimentação das crianças.

São recomendações que visam promover o desenvolvimento infantil saudável desde esses primeiros meses de vida. Essas diretrizes reforçam a importância da introdução alimentar adequada, destacando a relevância de respeitar os sinais de prontidão da criança e de fornecer alimentos adequados para cada fase do seu desenvolvimento.

Uma das principais recomendações do guia é evitar a introdução alimentar precoce, ou seja, antes dos seis meses de idade, destacando a importância do aleitamento materno exclusivo durante esse período. A nutricionista reforça essa questão, "lembrando que, nessa fase inicial da introdução alimentar, o leite materno ou fórmula infantil continuam sendo o principal alimento para a criança. Os novos alimentos ofertados serão complemento a essa alimentação", ressalta.

 

Segundo a especialista, após esse período, a criança precisa ser apresentada à maior quantidade possível de alimentos. “Ela precisa conhecer diversas texturas, cores, sabores e cheiros, pois essas descobertas são importantes na evolução da mastigação e desenvolvimento como um todo”, diz.

Além da escolha adequada dos alimentos, os cuidadores devem estar atentos à segurança durante a introdução alimentar. Isso inclui evitar alimentos pequenos que representem risco de engasgo, manter uma postura adequada durante as refeições e nunca forçar o bebê a comer. Caso ocorra um engasgo durante a alimentação, é importante agir de forma rápida e eficaz para evitar complicações.

Outro risco que os pais devem estar atentos são as possíveis alergias alimentares. A introdução de alimentos considerados “alergênicos” deve acontecer durante a janela imunológica, que vai dos seis meses até um ano de idade. Esse período é crucial, pois é quando o sistema imunológico da criança está em pleno desenvolvimento e mais receptivo a aprender a lidar com diferentes substâncias.

“Em caso de a criança apresentar alguma reação alérgica, como coceira, inchaço, erupções cutâneas, dentre outros sintomas, é recomendado que a família procure um médico para que seja feita uma investigação e seja descoberta a causa dessa alergia”, informa a nutricionista. 

Assim, nesse momento de descoberta de coisas novas, o acompanhamento de um profissional torna-se essencial para ter orientações e mostrar o caminho a ser seguido durante essa nova fase. Um especialista em nutrição infantil pode fornecer informações valiosas sobre como preparar e oferecer esses alimentos de forma segura e nutritiva. 

Além disso, a participação ativa dos pais é crucial, pois a prática alimentar da família servirá de exemplo para a criança, influenciando diretamente na formação de seus hábitos alimentares ao longo da vida, uma vez que, a introdução alimentar, quando feita de maneira adequada e orientada, proporciona aos pequenos os nutrientes necessários para um crescimento saudável e um desenvolvimento pleno.