Isenção do Imposto de Renda: Alívio para os trabalhadores e fôlego para o comércio brasileiro
Blogs e Colunas | Marcio Rocha 04/10/2025 10h15A ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 mensais, aprovada em comissão do Senado e agora em fase final de tramitação, é uma das medidas de maior impacto social dos últimos anos. Trata-se de uma correção histórica em um sistema tributário que, por décadas, penalizou justamente quem mais trabalha e menos ganha. O benefício vai muito além da simples desoneração: representa uma injeção direta de recursos na base da economia real — o consumo das famílias.
O ponto que merece destaque é que a proposta não compromete a arrecadação pública, uma vez que o texto prevê mecanismos de compensação da receita perdida por meio de outras tributações já aprovadas, como as incidências sobre fundos exclusivos, offshores e ajustes na tributação de grandes patrimônios. Em outras palavras, o Estado abre mão de tributar o rendimento do trabalhador médio para corrigir distorções e buscar receitas junto aos extratos mais altos, o que confere maior justiça fiscal e fortalece o princípio da progressividade tributária.
A medida também prevê redução gradativa das alíquotas até os rendimentos de R$ 7.500, o que amplia o alcance do alívio e evita saltos bruscos na tributação. Essa faixa intermediária é essencial para garantir equilíbrio na transição entre os níveis de renda e para beneficiar uma parcela expressiva da classe média, hoje estrangulada entre o custo de vida elevado e a carga tributária desproporcional.
Do ponto de vista econômico, a mudança é uma vitória para o mercado interno. O dinheiro que deixará de ser recolhido pelo Fisco não irá para aplicações financeiras, mas para o consumo, o pagamento de dívidas e o giro do comércio. Os setores varejistas e de serviços, especialmente os de bens não duráveis, serão diretamente favorecidos com o aumento do poder de compra de milhões de brasileiros. É o tipo de medida que, ao aliviar o bolso da população, estimula a atividade econômica e amplia a arrecadação indireta via consumo e produção.
Na prática, quem ganha com essa mudança é o trabalhador e o comércio local. Enquanto o primeiro terá maior margem para reorganizar seu orçamento familiar, o segundo verá crescer a circulação de dinheiro nas lojas, mercados e feiras, o que se traduz em mais emprego e mais renda. É um movimento de reativação do ciclo econômico que há tempos precisava ser provocado.
A ampliação da isenção do IR é, portanto, uma medida de equidade e estímulo simultaneamente: alivia o contribuinte que vive do trabalho, corrige injustiças tributárias acumuladas e fortalece a economia interna. É um passo importante na direção de um Brasil mais justo, com um sistema fiscal que compreenda que desenvolvimento não se constrói apenas com arrecadação, mas com distribuição inteligente de oportunidades e poder de consumo.

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Marcio Rocha é jornalista formado pela UNIT, radialista formado pela UFS e economista formado pela Estácio, especialista em jornalismo econômico e empresarial, especialista em Empreendedorismo pela Universitat de Barcelona, MBA em Assessoria Executiva pela Uninter, com experiência de 23 anos na comunicação sergipana, em rádio, impresso, televisão, online e assessoria de imprensa.
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