Conheça Kaique Oliveira, o estilista sergipano que conquistou celebridades
Aos 27 anos, designer aposta em um negócio focado no digital e na sustentabilidade Economia | Por Laís de Melo e Will Rodriguez 13/03/2021 20h38 - Atualizado em 13/03/2021 23h41 |De Sergipe para o mundo, Kaique Oliveira, estilista nascido na cidade de Itabaianinha, interior sergipano, tem 27 anos e assina a marca Kaoli, que veste celebridades brasileiras como Xuxa, Anitta, Luísa Sonza, Iza, Bianca Andrade, entre outras. O jovem cresceu em meio a costureiras e bordadeiras e não imaginava onde o sonho de ser designer de moda o levaria.
Em conversa com o F5 News, Kaique contou um pouco da sua trajetória. O estilista cursou a faculdade de design de moda por cinco anos na cidade de São Paulo, onde vive atualmente. Após trabalhar por um tempo para a marca Ellus, ele decidiu abrir a própria grife, a Kaoli, específica para o público feminino. Apesar de não estar mais em solo sergipano, para Kaique, o estado está em seu DNA e presente em tudo o que desenha.
“Eu vim do calor. Tenho muitos clientes do Nordeste. E as minhas coleções são baseadas em coletar informações com as minhas clientes, e trazer para a tendência do hoje. Não gosto de pegar tendência de fora para construir uma coleção. Basicamente, em quase tudo que faço tem o DNA nordestino e sergipano, que eu adoro. Essa coisa de pouca roupa, do calor”, disse o profissional ao F5 News.
Estar no “tapete da fama” não fez com que Kaique perdesse a simpatia e a humildade. Segundo ele, suas raízes estão em uma família simples, e a única vontade quando mais jovem era ter uma loja para criar roupas e vendê-las, sem imaginar que o sucesso lhe aguardava.
“Eu não esperava nada disso. Eu queria ter uma porta, desenhar e vender minha roupa. As coisas foram acontecendo naturalmente. As pessoas têm que usar minhas roupas porque elas gostam, porque elas se sentem poderosas. Então, em tudo o que vou criar eu coloco muito amor e isso se transmite para a pessoa na hora que ela veste. Atingir esse público não foi nada mais do que o meu talento e a minha arte”, acredita.
A marca Kaoli atende ao Brasil e também é vendida no atacado para seis clientes fora do país. Cada criação do estilista, que hoje faz sucesso no meio artístico do Brasil, tem identidade própria e, segundo ele, carrega uma mensagem sobre liberdade. “Todas as minhas coleções não têm limitações de lugares para usar, de pessoas ou biotipos”, explica. Clique aqui para conhecer a marca.Além disso, Kaique afirma que a mulher brasileira é a sua maior inspiração. “Eu estudo o comportamento delas. Fico muito triste quando uma pessoa ou qualquer estilista fala que uma coisa está muito gringa. Isso me deixa triste porque eu amo valorizar a cultura do nosso país. A minha maior referência é a mulher brasileira, principalmente a forma como ela se comporta, como transita”, reforça.
A marca Kaoli já começou no meio digital, em plataforma de vendas online, que tem sido uma tendência dos últimos anos, acelerada sobretudo pela pandemia do novo coronavírus. Nas redes sociais já atinge quase meio milhão de seguidores e, para o dono, o segredo do sucesso tem sido o marketing de influência.
“Eu vi que o caminho era o digital antes mesmo da pandemia. Hoje, 90% dos meus clientes são online, e esse é o caminho do futuro. Com o consumo online aumentando tanto, eu acredito que daqui a 10 anos não terá mais loja física. Um dos segredos de vender online é ter o marketing de influência e vender o produto real. Porque tem muita marca que gosta de colocar grampo atrás da roupa, para deixar mais bonita, e quando chega na casa do cliente, não é exatamente o que ele viu no site. Com a gente é totalmente ao contrário. Nós deixamos a roupa como ela realmente é, sem filtro, sem nada, para o cliente se surpreender”, conta.
Viés sustentável
Além do foco no digital, a Kaoli também tem viés sustentável, e está em processo de mudanças para conquistar o status de marca ecologicamente correta. De acordo com Kaique, com a Kaoli ele evita vender peças de difícil lavagem, como as roupas em jeans, e busca sempre saber de onde vem o tecido utilizado e como ele é produzido.
“Estamos nesse processo de mudança e evitamos ao máximo utilizar tecidos que agridem a natureza. Também buscamos produzir somente aquilo que a gente vende, porque é melhor faltar do que estar sobrando, sem uso. Na Kaoli também temos uma solução para o resíduo, e o resto de tecido que fica, produzimos peças com ele”, aponta.
Para ele, é motivo de tristeza saber que produz peças que possam agredir a natureza e, por isso, deseja que a marca tenha o selo de sustentabilidade . “O meu maior sonho, além de crescer mais, é que a nossa marca seja ecologicamente correta. Além das marcas entrarem no processo de mudança, o consumidor também tem que se readaptar. Não adianta ter marcas ecologicamente corretas e não ter quem consuma aquilo. Acho que tem que haver uma mudança do consumidor, e sei que é um processo lento, porque é uma mudança de consumo muito árdua. Eu não sei nem se nessa geração a gente vai conseguir. Talvez nas próximas gerações”, avalia.
Confira mais da entrevista com Kaique Oliveira no IGTV do F5News.





