Pequenos produtores de leite já enfrentam dificuldades no Alto Sertão
Governo de Sergipe enviou à Alese projeto de auxílio à bacia leiteira da região Economia | Por Monica Pinto 04/08/2021 18h15 - Atualizado em 04/08/2021 18h43 |O Governo de Sergipe encaminhou hoje (4/8), à Assembleia Legislativa do Estado, um projeto de lei visando auxiliar pequenos produtores de leite do Alto Sertão nos meses com tradicional estiagem - de dezembro a março. Batizado de Pró-Sertão Bacia Leiteira, o programa exposto no PL ainda passará pela apreciação dos deputados estaduais. Já foi divulgado, porém, que os beneficiários serão dos municípios de Poço Redondo, Gararu, Monte Alegre, Porto da Folha, Nossa Senhora da Glória e Canindé do São Francisco, famílias com até 10 cabeças de gado, nos moldes do que já acontece por meio do Mão Amiga Cana de Açúcar e Laranja.
De acordo com o PL, o benefício, no valor de mil reais, deverá ser dividido em quatro parcelas de R$ 250 por família. “Vai ajudar a garantir comida na mesa, emprego e renda para todo o Alto Sertão sergipano no período da estiagem”, disse o governador Belivaldo Chagas.
Apesar de considerar bem vindo o auxílio, um pequeno produtor alerta para a necessidade de um caráter emergencial à proposta, diante da situação desesperadora já observada na região. “É muito pouco para o tamanho da necessidade que vamos ter já esse ano, é um ano de muito sofrimento, a grande maioria das barragens está seca; as trovoadas não foram suficientes para encher as barragens e perdemos a safra do milho, infelizmente”, disse ao F5News Humberto Diniz dos Santos, de Poço Redondo, conhecido como “Bebeto da Barra da Onça”.
Ele prossegue afirmando que já se instalou a chamada “seca verde”, quando a chuva molha apenas a camada superficial do solo, e as dificuldades tendem a aumentar, sobretudo no aspecto do abastecimento de água, inclusive para consumo humano. “Temos muita falta de água no município, muitas comunidades que não têm água encanada; precisa ver a questão do carro-pipa primeiro e depois ver a questão de forragem e alimentação para o gado, que vamos precisar também”, disse ainda Bebeto.
O pequeno produtor afirma que “qualquer ajuda é boa”, mas registra que os R$ 250 mensais durante quatro meses consecutivos, propostos pelo Estado, dão para comprar cinco sacos de soja, um valor incapaz de fazer frente à perda de pelo menos metade da safra de milho. “O melhor seria o governo fazer uma adutora no [povoado] Curralinho, que fica a 14 km da sede de Poço Redondo; dava para abastecer a cidade e a região”, sugeriu.
F5News também foi buscar a posição do secretário de Agricultura de Poço Redondo, Moises da Silva França. “No período de dezembro a março, de estiagem, será muito importante a liberação deste auxílio aos produtores de leite”, avaliou, afirmando que eles ainda não tiveram conhecimento da proposta entregue hoje à Alese. França não soube informar a quantidade de estabelecimentos que trabalham diretamente com leite no município.





