Por F5 News

MPF pede investigação de Jackson Barreto por “farra das passagens”

O governador de Sergipe, Jackson Barreto (PMDB), está incluso na lista dos governadores que podem ser investigados e denunciados no Supremo Tribunal de Justiça (STJ) por usarem passagens aéreas para fins diferentes de trabalho, desviando dinheiro da cota parlamentar a que tinham direito quando eram deputados, segundo a avaliação do Ministério Público Federal (MPF).

Jackson e mais três governadores estariam envolvidos na chamada “farra das passagens” no período em que foram parlamentares. Ontem (3) o MPF, através da Procuradoria Regional da República na 1ª Região (PRR-1), pediu ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região que seja feito “o exame das condutas” dos atuais governadores, incluindo ainda cerca de 100 deputados federais e dois conselheiros de contas.

O Ministério Público pede que o caso dos governadores seja remetido ao STJ, porque eles têm foro privilegiado. Já no caso dos deputados, o pedido é que o caso seja enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), por também terem foro especial naquele órgão. Se a Procuradoria Geral da República entender que é o caso, os governadores e os parlamentares serão investigados e denunciados no STJ e STF, respectivamente.

Além de JB, os governadores são Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Flávio Dino (PCdoB-MA) e Sueli Campos (PP-RR). Os conselheiros de contas são Mário Negromonte (BA) e Waldir Barbosa (MS). Todos foram deputados no período investigado pelo MPF.

Em nota, o governador de Sergipe, disse que está tranquilo em relação à utilização de passagens aéreas quando deputado federal, pois jamais utilizou-as de forma irregular ou indevida. "Sempre utilizei as passagens de forma correta. Não prejudiquei o povo brasileiro, nem o povo de Sergipe com o uso das passagens do meu gabinete. Quando for chamado pra explicar, irei com toda a tranquilidade de quem está com a consciência tranquila e com a certeza de ter feito as coisas de forma correta", disse o governador.

Ele acrescentou que acha natural que a Procuradoria Regional da República faça seu trabalho e que peça explicações sobre o uso das passagens, mas acredita que está havendo um pouco de exagero nessa questão. "Tenho a convicção, que, assim como eu, vários outros parlamentares fizeram o uso das passagens de forma correta e, no momento em que formos chamados para dar explicações, iremos mostrar que essas acusações não têm fundamento", finalizou Jackson Barreto.

A farra

Ainda no dia 28 do mês passado, a Procuradoria denunciou 443 ex-deputados por peculato por meio de 52 acusações criminais, por usarem passagens áreas para outros fins que não fosse o trabalho. Uma "farra" que foi de R$ 500 a até mais de R$ 100 mil em passagens aéreas bancadas pela cota parlamentar incluindo familiares de deputados e pessoas sem relação direta com as atividades legislativas.

Entre os denunciados inclui-se o secretário do Programa de Parcerias de Investimentos do governo de Michel Temer, Wellington Moreira Franco (PMDB), o ex-ministro Antônio Palocci, preso em Curitiba, o ex-governador Agnelo Queiroz (PT), os ex-deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba, e os prefeito reeleito de Salvador (BA), ACM Neto (DEM). Todos os que se manifestaram negaram a acusação e disseram que prestarão os esclarecimentos que comprovam uso regular dos bilhetes.

*Com informações do Correio Braziliense e Estadão

Foto: ASN-arquivo