Pluralidade artística transforma São Cristóvão em um grande circuito cultural
Festival reúne literatura, artes visuais, cortejos, teatro, música e artesanato em múltiplos espaços da Cidade Mãe Variedades | Por F5 News 22/11/2025 15h30 |A 40ª edição do Festival de Artes de São Cristóvão (Fasc) reforça a diversidade cultural que marca o evento. Promovido pela Prefeitura de São Cristóvão e co-realizado pelo Governo de Sergipe, o festival levou ao Centro Histórico uma intensa programação com o tema “Na cultura a gente se encontra”. A proposta se confirmou nas ruas, nos palcos e no diálogo constante entre o público e as diversas linguagens artísticas presentes.
Desde as primeiras horas do dia, moradores, turistas e visitantes circularam pelas ruas históricas em busca das atividades espalhadas por praças, vielas, casarões e igrejas. Os espaços receberam apresentações, exposições, oficinas e rodas de conversa que evidenciaram a pluralidade do festival. A cidade ganhou novas cores com artes visuais expostas em muros e fachadas, enquanto a música ecoava dos templos e o artesanato movimentava o comércio local.
No Salão de Leitura Manoel Ferreira, o escritor Raphael Montes participou de um encontro mediado pela professora doutora Pâmela Sampaio, que reuniu um público atento e engajado. Na Sala Mangue Jornalismo, outra roda de conversa ampliou reflexões sobre literatura, jornalismo e arte sergipana. A programação das artes cênicas também atraiu famílias ao Palco Mariano Antônio, com apresentações de Mamulengo Baile Estrela, Grupo A Tua Lona e Santoli Danças, que ressaltaram o diálogo entre tradição e contemporaneidade.
Entre os destaques das artes visuais, a artista Luana Campos celebrou a participação na exposição Realocações Visuais e a oportunidade de expor na Cidade Mãe pela primeira vez. Ela destacou o papel do festival na abertura de caminhos para artistas iniciantes e na valorização de técnicas como a colagem.
Os cortejos transformaram as ruas em verdadeiros corredores culturais com Necas no Frevo, Peneirou Xerém, Cacumbi e Mestre Deca, além do bloco Zé Folia, que arrastou moradores e turistas ao som do frevo. Já a Igreja Nossa Senhora do Rosário foi ponto de grande movimentação com o show de Capitão D’Aurora, que apresentou repertório com forte identidade regional.
O artesanato também ganhou destaque com cerca de 20 artesãs expondo peças na Casa do Artesanato. Entre elas, Carmen Verônica, moradora de São Cristóvão, que produz trabalhos inspirados nas manifestações populares do município, especialmente o reisado. Segundo ela, levar o artesanato local para além das fronteiras da cidade representa a preservação e a circulação da cultura sergipana.
A programação seguiu movimentada durante toda a tarde, com intensa participação do público em feiras, palcos, salas de leitura e espaços expositivos. Para muitos visitantes, como Danúcia Rocha, a visita ao Fasc reforçou a riqueza cultural e histórica de São Cristóvão e a capacidade do festival de reunir diferentes expressões em um ambiente acolhedor.
O veterinário Pedro Estevão, que assistiu à palestra de Raphael Montes, destacou a oportunidade de aprofundar o conhecimento sobre literatura e escrita criativa e acompanhar de perto o processo de construção narrativa do autor.
Com uma programação variada distribuída por toda a cidade, o segundo dia do Fasc reafirmou o compromisso do festival com a democratização do acesso à cultura, a valorização das artes e a integração entre diferentes linguagens. São Cristóvão segue respirando arte, encontro e identidade.
Realizado desde a década de 1970, o Festival de Artes de São Cristóvão consolidou-se como um dos maiores encontros culturais do Nordeste.
*Com Agência Sergipe
