EDITORIAL: O drama do magistério – e do nosso futuro

Pedindo licença para o uso de um jargão da cobertura jornalística sobre datas comemorativas, amanhã, Dia do Professor, há pouco ou nada que se comemorar.

A sociedade brasileira vive num paradoxo que ameaça o cenário da educação no país.  Enquanto todos reconhecem a importância de bons professores na formação das crianças e adolescentes, não se verifica estímulo a que abracem a carreira docente.

Salários incompatíveis ao serviço que prestam e um ambiente de trabalho marcado rotineiramente por agressões verbais e físicas fazem do magistério um caminho cujos atrativos escasseiam, na mesma medida em que se ampliam as cobranças globais por investimentos em educação de qualidade.

Só para a faixa da pré-escola, um estudo feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostra a necessidade de um aumento de quase 40% no universo de professores. Em algumas regiões, no entanto, esse número passa dos 50%.

Se não forem tomadas providências urgentes e drásticas visando fomentar o ingresso na trajetória docente, o Brasil terá mais salas de aula sem os condutores qualificados ao nosso projeto de futuro.