169 anos de Aracaju: os desafios de preservação no bairro Santo Antônio | F5 News - Sergipe Atualizado

Legado cultural
169 anos de Aracaju: os desafios de preservação no bairro Santo Antônio
Moradores compartilham impressões sobre evolução e transformações na localidade
Cotidiano | Por Gabriel Ribeiro 17/03/2024 07h30 - Atualizado em 17/03/2024 07h30 |


Aracaju, a capital sergipana, vive um clima especial durante todo o mês de março, especialmente neste dia 17, quando completa seus 169 anos de fundação. Foi no bairro Santo Antônio, na zona norte, que os primeiros passos da cidade foram dados, criando um cenário que ainda hoje encanta os visitantes.

No topo da Colina de Santo Antônio, ergue-se a singela e importante Igreja de Santo Antônio, em estilo neogótico, um marco na vida dos aracajuanos. Todos os dias 13 de junho, a população se reúne para celebrar o dia de Santo Antônio, conhecido como o santo "casamenteiro", cujo nome batiza o bairro.

Ao redor da igreja, uma charmosa praça e casinhas coloridas preservam a arquitetura histórica, transportando os visitantes para uma cidadezinha do interior. Um mirante em frente à igreja oferece uma vista panorâmica deslumbrante, revelando o Rio Sergipe e boa parte do Bairro Santo Antônio e outros bairros de Aracaju.

Em uma entrevista, o estudioso do bairro e pedagogo aposentado, Soares Pinto, compartilhou suas impressões sobre a evolução e os desafios enfrentados pela região ao longo dos anos. Soares, que reside no bairro há mais de quatro décadas, é uma voz ativa na defesa da preservação do patrimônio local.

Soares lembra com carinho das transformações que testemunhou, desde os tempos em que frequentava o Cinema São Francisco na Praça Siqueira de Menezes até as mudanças urbanísticas e sociais mais recentes. Ele destaca a importância da Igreja de Santo Antônio, tanto como marco histórico quanto como centro de devoção religiosa e cultural para a comunidade.

No entanto, Soares também expressa preocupação com a preservação dos prédios históricos do bairro. Ele menciona uma recente Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público de Sergipe em relação à descaracterização da Igreja Matriz do Santo Antônio devido a intervenções arquitetônicas. E cita um serviço de instalação de basculantes que estava provocando a descaracterização histórica da edificação.

Soares, que também é autor de um livro que conta a história dos 100 anos da Paróquia, diz que o frei que estava à frente cometeu uma gafe. “Ele tirou a originalidade do prédio, as verdadeiras janelas são daquelas que estão lá em cima”, apontou para outras janelas que estariam na parte superior do templo. Ele explica que a paróquia já foi assaltada diversas vezes, e acredita que foi com a motivação de trazer segurança que se fez a mudança.

"Mas cadê a história do patrimônio? Ninguém, nem a cidade nem a igreja sobrevive sem a história, ela é muito importante", disse Soares Pinto. "Constantemente aqui chega muito ônibus de turismo à procura de alguém para contar a história, ver peças da história. Mas aqui não temos ninguém nem algo que possa contar essa história", diz o morador.

Além das questões de preservação, Soares também aborda as tradições culturais do bairro, como as procissões de Santo Antônio e do Bom Jesus dos Navegantes. Ele ressalta a importância desses eventos para a identidade e a coesão da comunidade, destacando os esforços conjuntos para manter viva a essência cultural do local.

“De dois anos para cá tem sido uma luta terrível com Bom Jesus dos Navegantes, porque anteriormente ele ia ao mar, mas nos últimos dois anos passamos por uma dificuldade tremenda. Juntamente com populares do bairro, fizemos uma cotinha para contratar uma canoa para levar, quando antigamente, até o governo de Jackson Barreto, vinha um rebocador da Petrobras e alugava um catamarã”, afirmou.

Outro morador do bairro histórico da capital, Professor Joaquim, nele residente há mais de 58 anos, relata que anos atrás, na gestão de Marcelo Déda quando prefeito, guardas municipais ficavam 24 horas na praça, a fim de promover segurança não apenas dos moradores, mas dos prédios que foram alvo de vandalismo e assaltos. “Eu sinto muita falta de ações como essa no nosso bairro”, expressou ao F5 News.

Edição de texto: Monica Pinto
Mais Notícias de Cotidiano
Iran Souza
28/09/2025  11h15 Governo realiza primeira etapa do concurso para auditor fiscal tributário
Ascom
28/09/2025  11h00 Novenário da Padroeira de Rosário do Catete começa neste domingo (28)
Redes sociais/Reprodução
28/09/2025  10h48 Agentes do IML repudiam acusações de necrofilia no caso Danielle Barreto
Matheus Veloso/Reprodução
28/09/2025  10h38 Pesquisa indica consciência de brasileiros com saúde do coração
Freepik
28/09/2025  10h00 Sofre de insônia? Saiba quais doenças estão associadas à condição
F5 News Copyright © 2010-2025 F5 News - Sergipe Atualizado