“Operação Fecha Quartel é midiática”
AMESE denuncia falta de mínimas condições para o trabalho Cotidiano 16/09/2011 12h24 |
Por Eliene Andrade
O aumento do efetivo policial nas ruas é visto pela sociedade com uma das soluções mais eficazes para combater a violência. Contudo, as condições de trabalho dadas a esses profissionais são colocadas em xeque quando, ao ir para as ruas, não encontram estruturas mínimas para por em prática suas operações. A questão parte da própria polícia que duvida da eficácia da “Operação Fecha Quartel”.
Para o vice-presidente da Associação dos Militares do Estado de Sergipe - Amese -, sargento Edgard, a operação é midiática e não resolve o problema da falta de segurança na capital. Segundo ele, os policiais enfrentam problemas estruturais até dentro da corporação.
“O policial que fica por 12 horas em um local que não tem banheiro, e sem um estabelecimento por perto, como é que ele vai ficar? A água é oferecida esporadicamente, não tem colete o suficiente e falta rádio comunicador, o que dificulta ainda mais o nosso trabalho. Essa é uma operação 'midiática´, pois a forma de fazer segurança pública chama-se policiamento comunitário”, entende o sargento.
Ele destaca ainda a necessidade de haver um rádio patrulhamento para dar apoio aos policias comunitários. “Isso sim é o correto, pois essa operação não resolve o problema, tem que integrar o policial na própria comunidade. Tem que ter um colete para cada policial. Às vezes temos que revezar e usá-lo com o suor do colega. Além disso, nos postos em que trabalhamos, os banheiros são precários e funcionam até em casas que não são identificadas como postos policiais”, relatou o sargento. Segundo ele, nesses postos, as mulheres têm que dividir os banheiros com os homens.
Um dos responsáveis pela operação, tenente-coronel Enilsson, rebate as queixas. A seu ver, a operação foi bem articulada, de forma que os policiais foram distribuídos em pontos estratégicos para os casos da necessidade do uso do banheiro. “Nos locais é distribuída água e colocamos as viaturas em pontos estratégicos para que eles possam se deslocar com facilidade para estabelecimentos que tenham banheiro. Além disso, há viaturas disponíveis para deslocar os policiais para esses casos” rebateu Enilsson.
A respeito da necessidade, levantada pelo sargento Edgard, da existência de uma polícia comunitária, o tenente-coronel ressaltou que os policiais foram formados para fazer o policiamento ostensivo nas ruas.
Confira na íntegra a declaração de um policial, que pediu para não ser identificado, enviada ao F5 News: “Até que ponto as operações fecha quartel são vantajosas para a sociedade? Existe reforço na segurança da sociedade, segurança esta esporádica porque está ocorrendo dia sim, dia não, dois dias na semana, porém não passa de operações de momento. Até que ponto, além da segurança da sociedade, os policiais estão tendo segurança para trabalhar? qual a estrutura para tal? de forma técnica, até que ponto está correto? tudo isso não passa de quantidade de pms nas ruas para dar aparência pq qualidade não há. policiais nas ruas sem rádio comunicação, sem coletes reflexivos, sem água, sem banheiro. Põe e expõe os pms nas ruas em pontos base fixo de aparência. Pior, estão tirando as viaturas que fazem rondas para ficarem fixas em locais de pontos comercias com uma única intenção: proteção a quem tem dinheiro e deseja viaturas policiais em seus estabelecimentos, enquanto que o resto da sociedade que paga seus impostos são postos em segundo plano”.


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