Por Fernanda Araujo

Sintese queima o Índice Guia em frente à Seed

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica da Rede Estadual (Sintese) realizou manifestação na manhã de hoje em frente à Secretaria de Estado da Educação (Seed). Na ocasião, a categoria decidiu queimar simbolicamente o Índice Guia, um documento proveniente da Secretaria através do governo que propõe uma avaliação de desempenho dos professores da rede estadual.

“No dia 15 em nossa assembleia, os professores deliberaram que simbolicamente iríamos queimar o Índíce Guia em frente à Seed para mostrar que nós não concordamos com esse tipo de avaliação, mas queremos ser avaliados. A gente rejeita a proposta, mas estamos abertos para discutir democraticamente o modelo de avaliação”, diz a presidente do Sindicato, Ângela Melo (foto).

Na visão dela, este documento assedia moralmente tanto professores quanto aos alunos e diretores das escolas, à medida em que a escola passa a ser uma agência, considerando os professores e alunos em duas categorias, como excelente ou insuficiente, e expondo os nomes das pessoas em painéis, além da escola possuir uma gerência que irá coordená-la no lugar do coordenador pedagógico. “Para nós é muito preocupante porque parte totalmente da concepção de uma escola educativa para uma escola empresa. É a concepção da privatização das escolas”.

Para Ângela Melo, os professores devem ser avaliados com o princípio da resolução nº 2 do MEC, em que o projeto pedagógico da escola deve ser escolhido democraticamente entre professores, pais de  alunos e alunos,  e que essa avaliação seja centrada nas condições socioeducativas, da estrutura da escola à formação dos professores. “Eu parto do princípio de conhecer a escola, detectar problemas e solucioná-los. Avaliar a rede como um todo e também a Secretaria, quais as condições que a Seed dá ao aluno e aos professores para trabalhar. A partir da base e da construção democrática, para juntos produzir um documento de avaliação de desempenho”.

A sindicalista lembra sobre a audiência do dia 14 com o secretário da Educação, Belivaldo Chagas, para colocar as preocupações com este tipo de avaliação e que os professores desejam ser avaliados. Na próxima semana, o debate será retomado. “O secretário garantiu para nós que o índice é uma proposta, mas que não está acabado. Por isso nós quremos discutir democraticamente com a Seed”, coloca Ângela.