DAEM: a “andropausa” masculina que exige atenção à saúde do homem
Quando a testosterona baixa muda a vida do homem Blogs e Colunas | Saúde em Dia 26/08/2025 11h56 - Atualizado em 26/08/2025 12h27Popularmente chamada de andropausa, a Deficiência Androgênica doEenvelhecimento Masculino (DAEM) é o termo médico correto para uma condição caracterizada pela queda gradual dos níveis de testosterona ao longo dos anos. Também conhecida como hipogonadismo de início tardio, a doença difere da menopausa feminina porque não ocorre de forma abrupta e não leva à infertilidade total.
Segundo o urologista Dr. Matheus Nogueira, nem todos os homens desenvolvem a DAEM. “Os sintomas costumam surgir entre os 50 e 70 anos, especialmente na presença de obesidade, diabetes tipo 2 ou doenças crônicas. Em homens saudáveis, a redução da testosterona tende a ser lenta e progressiva, com uma queda média de 0,4% ao ano. Apenas uma minoria desenvolve sintomas clínicos relevantes e níveis hormonais suficientemente baixos para justificar tratamento”, explica.
Principais sintomas
A DAEM pode afetar várias dimensões da vida masculina:
• Sexuais: diminuição da libido, disfunção erétil e redução das ereções matinais.
• Físicas: fadiga, perda de massa muscular, aumento da gordura abdominal e osteopenia/osteoporose.
• Psicológicas: depressão leve, irritabilidade, distúrbios do sono, queda da motivação e da concentração.
De acordo com o especialista, a deficiência androgênica compromete a força muscular, o metabolismo, a composição corporal e a saúde óssea. No aspecto mental, pode afetar humor, memória, concentração e sensação de vitalidade.
Exames para diagnóstico
O diagnóstico é feito a partir da associação entre sintomas clínicos e exames laboratoriais. Os principais são:
• Testosterona total, coletada em jejum, pela manhã (entre 7h e 11h), em duas ocasiões diferentes;
• Testosterona livre, LH, FSH, prolactina, estradiol, TSH e T4 livre, quando necessário;
• Ressonância magnética da hipófise, em casos específicos, como suspeita de tumores ou alterações da prolactina.
“Cansaço, perda de libido ou mudanças de humor são queixas comuns na DAEM, mas inespecíficas. Por isso, é fundamental descartar causas como estresse, depressão, distúrbios do sono ou doenças crônicas”, alerta Dr. Matheus.
Impacto na saúde sexual e fertilidade
A disfunção erétil é um dos sintomas mais frequentes, já que a testosterona baixa compromete tanto o desejo sexual quanto a função vascular da ereção. De acordo com a Associação Europeia de Urologia (EAU 2025), até 70% dos homens com diabetes ou síndrome metabólica sofrem com esse problema.
A fertilidade também pode ser afetada, pois a produção de espermatozoides depende da testosterona. Além disso, quando feita de forma inadequada, a reposição hormonal pode agravar a infertilidade ao bloquear o eixo hormonal responsável pela espermatogênese. Por isso, homens que desejam ter filhos devem procurar avaliação médica antes de iniciar qualquer tratamento.
Tratamento disponível
O tratamento da DAEM envolve três pilares:
1. Mudanças no estilo de vida – prática de exercícios físicos, alimentação saudável, controle do peso, sono de qualidade e gestão do estresse.
2. Controle de doenças associadas – como diabetes, obesidade e hipertensão.
3. Reposição de testosterona – indicada apenas em homens sintomáticos, com níveis comprovadamente baixos e sem contraindicações.
As opções incluem injeções de curta ou longa duração, géis transdérmicos, adesivos e implantes subcutâneos (pellets). A escolha depende da preferência do paciente e da avaliação médica.
Reposição é para todos?
Não. Nem todo homem com sintomas precisa de reposição hormonal. Muitos casos leves ou funcionais podem ser controlados apenas com mudanças de hábitos.
“O estilo de vida saudável é uma ferramenta poderosa. Atividade física regular, alimentação equilibrada e sono de qualidade não apenas aliviam sintomas, como podem evitar a necessidade de reposição em alguns casos”, conclui o Dr. Matheus Nogueira.







André Carvalho é jornalista há mais de 20 anos. Formado pela Universidade Tiradentes (Unit), possui especialização em Marketing pela Faculdade de Negócios de Sergipe (Fanese). Foi apresentador de programa de rádio e televisão, e atuou como assessor de comunicação de vários órgãos públicos e secretarias municipais e estaduais. Atualmente, é editor do Caderno Saúde em Dia.
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