Com alta da gasolina e do aéreo, inflação de outubro fica em 1,14% em Aracaju
No acumulado de 12 meses, os preços ao consumidor subiram 9,58% na capital Economia | Por F5 News 10/11/2021 14h05 |Os recorrentes aumentos do preço da gasolina e de passagens aéreas continuam pressionando a inflação, que alcançou 1,14% no mês de outubro em Aracaju, segundo os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo divulgados nesta quarta-feira (10), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O indicador foi menor do que a média nacional (1,14%) e também ficou abaixo do registrado no mês passado na capital sergipana (1,19%). A aceleração fez a inflação acumulada em 12 meses chegar a 9,58% para os consumidores aracajuanos.
No décimo mês do ano, o preço da gasolina aumentou 3,8% em Aracaju, já os automóveis novos ficaram 1,85% mais caros, e a grande vilã foram as passagens aéreas, que tiveram uma elevação de 27,8% para quem precisou viajar partindo ou desembarcando em Sergipe.
O segundo maior impacto veio do grupo Alimentação e Bebidas, com aceleração do preço do tomate (15,3%), batata-inglesa (13,1%) e de outros tubérculos, raízes e leguminosas (9,05%). O terceiro maior aumento foi verificado do grupo Habitação, impulsionado pelo preço do botijão de gás, que aumentou 5,37% em outubro.
A alta de preços de bens e serviços monitorados pelo governo, como a energia elétrica e a gasolina, tem afetado diretamente a inflação e resultam também numa pressão indireta sobre outros itens, gerando uma inflação de custos, explicou Pedro Kislanov, gerente do IBGE.
Para o pesquisador, a demanda tem se recuperado aos poucos, impulsionada pela reabertura da economia e pelo avanço da vacinação da população contra a covid-19. No entanto, o cenário atual evidencia pressão de uma inflação de custos, turbinada por aumentos nos combustíveis, gás e energia, além da alta do dólar.
“A gasolina tem impacto no frete, acaba afetando preços de outros itens também”, exemplificou Kislanov, lembrando que o IPCA está sendo pressionado por preços administrados, mas os alimentos também contribuem para a inflação elevada.
No país, a inflação no último ano chegou ao patamar de 10,67% em outubro. Para o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, o aumento da inflação acumulada em 12 meses e a perspectiva de inércia para 2022 reforçam a necessidade de que o Banco Central mantenha uma ação agressiva no aperto monetário, embora não com alta superior a 1,5 ponto porcentual por reunião.
“Ainda vamos ter diversos dados importantes, incluindo o PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre, antes da próxima reunião do Copom”, ponderou Rostagno. “O BC tem esse desafio de ancorar as expectativas, mas evitar jogar a economia em uma recessão”, completou.
*Com informações do Estadão.
