Fechamento da Fafen pode desestabilizar cadeia produtiva, dizem entidades | F5 News - Sergipe Atualizado

Fechamento da Fafen pode desestabilizar cadeia produtiva, dizem entidades
Economia 21/03/2018 12h55 - Atualizado em 21/03/2018 21h46 |


Por Fernanda Araujo

O anúncio da Petrobras do encerramento das atividades da Fábrica de Fertilizantes, no município de Laranjeiras (SE) tem repercutido de forma negativa entre várias instituições do Estado que se manifestaram contra o fechamento. Para algumas entidades de classe, a medida, prevista para ocorrer até o mês de junho, deve desestabilizar a cadeia produtiva sergipana em médio prazo.

No entendimento do economista da Federação das Indústrias de Sergipe (Fies) Rodrigo Rocha, o fechamento da Fafen, em operação desde 1982, vai gerar um impacto negativo na economia, pela destruição direta dos postos de trabalho e pelas empresas que fazem parte da cadeia produtiva e podem reduzir suas atividades.

“Os impactos diretos, no curto prazo, são a perda de empregos e queda de arrecadação, e no médio prazo, pode ocorrer a saída de outras empresas, gerando mais demissões e maior perda de arrecadação”, afirmou o economista ao F5 News, ressaltando que o Fies está a disposição para ajudar numa solução.

O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, o engenheiro agrônomo Arício Resende Silva, alerta que o fechamento da unidade é uma ameaça à segurança nacional, à soberania alimentar, ao agronegócio e vai implicar no fim de quase 800 postos de trabalho em Sergipe.

“É uma situação preocupante, resultado de uma política de desinvestimento na Petrobras de Sergipe. Entendo que a Fafen e as demais fábricas de fertilizantes da Petrobras instaladas no Brasil são estratégicas para um país que se propõe a ser o celeiro do mundo. A decisão é incompreensível e lamentável”, argumenta o presidente.

De acordo com ele, hoje o Brasil importa mais de 60% dos fertilizantes que são utilizados. Para o engenheiro, ao vender ou encerrar a produção, o país ficará refém do mercado internacional, além de prejudicar a arrecadação de impostos e a geração de uma economia produtiva com fornecedores, prestadores de serviços, empresas que dão suporte à operação e com as fábricas de fertilizantes que estão instaladas no entorno. “Com o fechamento da Fafen, essas fábricas também irão embora. É uma notícia ruim em todos os aspectos”, enfatizou.

A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Sergipe também se manifestou, qualificando a medida como “um drástico retrocesso social”. “A Fafen é uma das maiores pagadoras de ICMS do Estado. O seu fechamento elevará os índices de desemprego, afetando centenas de famílias, e contribuirá para redução da atividade econômica em Sergipe”, declarou.

A Fafen

A Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados de Sergipe ocupa uma área de 1 Km², produzindo amônia, ureia fertilizante, ureia pecuária, ureia industrial, ácido nítrico, hidrogênio e gás carbônico. Atualmente, a produção anual consiste em 900 mil toneladas de amônia; 1, 1 milhão de ureia; 36 mil toneladas de ácido nítrico e 150 mil toneladas de gás carbônico.

A Petrobras, por meio de nota, disse que anunciou, em 2016, que iria sair integralmente do setor de fertilizantes. A companhia realizou uma reunião nessa terça-feira (20) com os empregados anunciando a decisão sobre a hibernação da Fafen-SE e informou que buscará oportunidades de realocação profissional para os empregados em outras unidades da Petrobras.

"Cabe ressaltar que a decisão de encerrar as atividades produtivas da fábrica se deve às perspectivas de perdas da Petrobras com estas operação. Em 2017, a Fafen-SE apresentou resultado negativo de cerca de R$ 600 milhões", argumentou a estatal. 

 

 

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