Tem crescido em Sergipe o número de feirinhas colaborativas, sobretudo neste período de fim de ano. No último domingo (5), mais uma edição da Feirinha da Gambiarra reuniu cultura, gastronomia e muitas lojinhas de roupas, acessórios e plantas, entre outros produtos. Esse tipo de evento vem abrindo oportunidades para novos empreendedores individuais de Sergipe, bem como tem impulsionado a economia criativa no estado.  

A publicitária Manuela Quireza já tem cerca de 16 expositores confirmados para o evento colaborativo que realizará em sua residência no dia 15 de janeiro. Ela conta que a ideia surgiu da necessidade de uma renda extra e por isso, no primeiro momento, a intenção era compor o espaço com lojinhas de pessoas conhecidas e amigos. No entanto, para surpresa dela, assim que divulgou nas redes sociais, a procura foi muito além de seu círculo. 

“Teve uma procura que eu não esperava. Eu pretendia colocar cerca de 10 expositores, mas já temos mais de 16, um de cada segmento. Vai ter comida, artesanato, cultura, música. A ideia é dar oportunidade para quem está começando, que faz artesanato, ou vende algo. Pessoas pequenas que começaram na pandemia, por exemplo, e estão precisando de mais visibilidade”, conta a idealizadora do Cantinho Papoulas, local da residência dela onde acontecerá o evento.

Com essa feirinha colaborativa, Manuela dará espaço para novas marcas e novos talentos, já que contará com apresentação musical de pessoas que nunca levaram seu trabalho a qualquer público. Sem contar que cultura e arte, aspectos da economia criativa que têm crescido não só em Sergipe, mas no país, também farão parte da tarde de sábado no Cantinho Papoulas, localizado na Rua das Papoulas, número 82, no bairro Inácio Barbosa.

“A ideia foi tão bem recebida que já temos mais duas edições programadas para os meses de fevereiro e março. Em breve divulgaremos a data”, conta ela ao F5News. 

É justamente em busca de visibilidade e vendas que os pequenos negócios estão participando desse tipo de evento. A sergipana Jenise Carvalho voltou a vender doces em 2021, e as feirinhas têm sido uma excelente vitrine para o seu negócio. A ‘Deli Je Gourmet’ existe desde 2016, no entanto, passou por uma pausa nos últimos anos. Agora que as produções voltaram, e ainda sem um ponto fixo, Jenise tem aproveitado ao máximo as feirinhas que estão acontecendo na cidade, inclusive com presença marcada para a do dia 15 de janeiro, no Inácio Barbosa. 

“Já participei de duas feirinhas recentes e foi uma experiência muito boa, principalmente para divulgar minha marca. Como estou voltando agora, isso foi fundamental. As vendas foram muito boas, e bom também para criar experiência. Agora sei melhor sobre as quantidades que devo levar. Cada vez mais que acontecem as feirinhas, se beneficiam os vendedores, porque vão ganhando experiência, divulgando mais a marca, e vendendo também”, analisa a empreendedora. 

A jovem Bruna Reis entrou para o ramo de roupas de academia em 2021, com a loja Cabify Fit. As vendas são exclusivamente feitas de maneira on-line, e as feirinhas também têm sido uma oportunidade para que ela possa estar presencialmente com suas peças expostas ao público. 

“É algo muito interessante porque ajuda diversas pessoas de uma só vez, e ainda mais nesse momento, em que os negócios não estão tão bons assim. É muito bom para a divulgação da minha loja”, avalia a vendedora. Recentemente Bruna participou de uma feirinha em uma praça no bairro Inácio Barbosa, e em janeiro também estará na feirinha do Cantinho Papoulas, também no Inácio. 

Além das feirinhas, Aracaju tem expandido o segmento colaborativo para as casas e espaços fixos, como é o caso da Casa 372, localizada no bairro São José. A fundadora do estabelecimento, Dany Queiroz, conta que o projeto iniciou em dezembro de 2019, quando funcionou por quatro meses, até o início da pandemia da covid-19 em 2020, o que tornou o desafio ainda maior. 

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“Foi um grande investimento na casa, que era dos meus avós e estava fechada há 14 anos, e assim que abriu veio a pandemia. Mas reabrimos ainda durante a pandemia, em outubro de 2020, quando foi permitido, e agora temos um ano de funcionamento, que não tem sido fácil, mas, graças a Deus, estamos conseguindo ajudar muitas mulheres empreendedoras de Sergipe”, conta Dany.

Ainda conforme a fundadora, a ideia da Casa 372 surgiu após muito estudo, esforço e observação do mercado em Sergipe. “Eu precisava de um espaço para realizar meus trabalhos como maquiadora e também como designer, e então surgiu a oportunidade do meu pai ceder essa casa para que pudesse fazer em cada cômodo um atendimento. Como ela tem muito espaço, eu vi que poderia compartilhar com outras mulheres”, explica.

E foi assim que o projeto iniciou e cresceu, contando hoje com a participação de diversos segmentos, desde lojas a serviços. “Aqui a pessoa pode tanto expor seu produto como prestar serviços. A casa foi se moldando de acordo com a necessidade dos públicos. Hoje tem loja colaborativa, escritório compartilhado para os colaboradores, e já são mais de 20 marcas que integram o espaço”, relatou ao F5News. 

Ela explica que é feito contrato de quatro meses com os empresários, sendo um dos principais objetivos da casa a promoção do crescimento mútuo entre colaboradores. “Se elas crescem, a casa cresce. Queremos que cresçam a ponto de não precisarem mais da casa, para que outras marcas novas no mercado ocupem o espaço. E assim vamos abrindo oportunidade para novas empreendedoras. O primeiro ponto aqui é que trabalhamos em conjunto, então, ninguém solta a mão de ninguém”, acrescenta a fundadora.