Inadimplência sobe 4,6% em março deste ano em Sergipe, aponta SPC
Economistas apontam fim do auxílio emergencial em 2020 uma das principais causas Economia | Por Laís de Melo 16/04/2021 11h00 - Atualizado em 16/04/2021 11h15 |A inadimplência em Sergipe cresceu 4.6% no mês de março deste ano em comparação com março de 2020, de acordo com dados do SPC Serasa Sergipe, o que representa aumento no número de famílias com dívidas ou contas atrasadas. Em nível nacional, o endividamento é ainda maior, com crescimento de 8.9% em março de 2021 quando comparado com o mesmo período no ano anterior.
Conforme análise do presidente do SPC Serasa, Breno Barreto, o crescimento pode estar atrelado à falta do Auxílio Emergencial do Governo Federal até o mês de março deste ano. “É bom salientar que, comparado ao ano anterior, tinha realmente a condição do auxílio emergencial e hoje ainda não tem essa condição. Só teremos a partir de abril. Então, eu acredito que somente a partir desse mês a inadimplência volte a reduzir”, disse o presidente.
De acordo com professor do Departamento de Economia da Universidade Federal de Sergipe, José Roberto de Lima Andrade, esse crescimento já era esperado para 2021. Segundo ele, além do fim do auxílio emergencial em dezembro de 2020, a crise econômica em decorrência da pandemia da covid-19 também é uma realidade, elevando as taxas de desemprego da população brasileira.“A retomada do benefício em 2021 em menor volume, com menos beneficiados e valor inferior, também poderá influenciar em aumento de inadimplência para dívidas contraídas por parcela da população que considerou o auxílio emergencial uma política permanente, o que acabou não se concretizando”, explica.
Para a recuperação da economia brasileira e de Sergipe, José Roberto considera a vacinação contra a covid-19 um dos principais aliados, já que a redução da inadimplência está atrelada à retomada da economia, o que depende do ritmo de imunização da população.
“É muito provável que esse cenário de inadimplência inclusive se eleve com o fechamento de empresas, principalmente do setor de serviços, o mais atingido pela crise econômica. Pesa também a capacidade fiscal do governo federal em conseguir manter por mais tempo o auxílio emergencial a um contingente de pessoas sem renda que aumenta cada vez mais. É importante destacar que políticas que viabilizem a manutenção do emprego via auxílio direto às empresas também devem ser realizadas”, acrescenta o professor.





