Representantes da citricultura em Sergipe cobram avanços tecnológicos
Em audiência pública, eles debateram gargalos da área e formulam sugestões Economia | Por Saullo Hipolito 23/09/2019 12h35 - Atualizado em 23/09/2019 15h27 |A atual situação da produção de laranjas preocupa produtores sergipanos. Sergipe já não é mais um dos principais exportadores da fruta no país e esse cenário, segundo os representantes do segmento, está atrelado à falta de tecnologia de ponta, como também às dívidas acumuladas por parte dos citricultores, atividade presente em pelo menos 14 municípios do estado.
Tendo em vista esses problemas, o deputado Zezinho Sobral (PODE) propôs uma audiência na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), realizada hoje, para discutir o tema e apresentar medidas importantes para revitalização da citricultura, principalmente nas regiões Sul e Centro-Sul do estado, onde a queda foi mais perceptível.
"A produção caiu sensívelmente, basicamente caiu pela metade, considerando o histórico da citricultura (produção e área de plantio). Fazemos esse debate como uma provocação para que cada um faça o seu papel e entenda a atividade que eles desempenham", afirmou o presidente da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), Jefferson Feitoza.
Segundo o presidente da associação dos citricultores, Airton Santana, antigamente Sergipe produzia cerca de 800 mil toneladas de suco por ano, atualmente o número caiu para menos de 400 mil toneladas. Outro número que o presidente trouxe para o debate foi com relação à queda na área de plantio dessas frutas, chegando anteriormente a 55 mil hectares e hoje tendo apenas 30 mil hectares.
Ele ainda lembrou da luta da entidade ao longo de dez anos em defesa dos produtores rurais. “Nossa região encontra-se ameaçada por uma série de fatores, que vão desde o endividamento dos produtores até a ocorrência de diversas pragas e doenças que têm reduzido a produção e a produtividade dos pomares”.A medida a ser tomada, segundo o presidente da Emdagro, é avançar em equipamentos de ponta, que já podem ser encontrados em outros locais do país, como São Paulo. "Precisamos avançar com a citricultura do estado, até porque somos diferenciados, tendo 95% dos citricultores como agricultores familiares, diferentemente de outros estados. É necessária a participação de todos os responsáveis. A gente tem feito um trabalho importante, mesmo com todas as dificuldades e hoje será liberada uma carta com as proposituras dos próprios citricultores, que será utilizada em nossa prática", disse Jefferson Feitoza.
Airton Santana levou o debate na mesma linha do presidente da Emdagro e pediu mais avanços tecnológicos, mas citou também outro problema: as dívidas no ramo. "Eu acho que se faz necessária a chegada de novas tecnologias no estado, para que os nossos agrônomos possam ter mais estrutura. Além disso, outro gargalo que nos chama a atenção são as dívidas presentes e temos que equacionar com o apoio dos políticos sergipanos, porque com toda a dificuldade hoje, a citricultura continua sendo quem mais emprega e gera empregos em Sergipe", afirmou.
"O pequeno produtor precisa entender dessa nova realidade para poder sobreviver da laranja e poder sobreviver desse cultivo. A mesma coisa são para outras atividades da citricultura", disse Zezinho Sobral (PODE), que ainda defendeu a importância na revitalização da fruticultura, dando oportunidades interessantes para todos os produtores.
O prefeito de Umbaúba, Humberto Santos Costa, conhecido como Humberto Maravilha, destacou a importância do debate nesse momento. "A citricultura no nosso estado pede socorro, e nos fazemos presentes para dar esse apoio e ajudar essa cultura do nosso estado", afirmou.
Foto 1: Divulgação Alese


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