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Renantique apresenta concerto na quarta
Entretenimento 15/10/2012 07h48 |


Os grupos Música Antiga Renantique e o Terpsícore Danças Antigas apresentarão, na quarta, 17, ‘Oh Cantemos e Dancemos!’, um concerto em comemoração aos 16 anos ininterruptos de pesquisa e prática da música medieval e renascentista pelo Renantique.

A apresentação, repleta de alegria e encanto transmitidos através de canções satíricas e de amor, além de danças camponesas dos séculos XVI e XVII, será no Teatro Atheneu, às 20h30, e a entrada é gratuita.

Espetáculo

Há muitas referências a uma vida mais natural e verdadeira, sem tantos pudores, na sociedade ocidental dos séculos passados; como Foucault admite, até o século XVII (e isso inclui a Idade Média, tão mal vista pelos modernistas e contemporâneos como um período de escuridão: um equívoco). Felizmente, é óbvio que na Renascença, sim, figurasse tal humanismo. É nesse modo de vida que se manifestavam canções e danças satíricas e viscerais.

As ditas peças de corno referem-se não somente aos homens que partiam às guerras e/ou às caçadas e deixavam suas mulheres sem o calor da satisfação carnal a que estavam acostumadas, outrossim, à luxúria natural atribuída também às mulheres, não vistas como castas e frígidas. Vale situar sobre o ‘Baile das Pontas’, mencionado no filme biográfico Giordano Bruno e que encontra associação à ‘Branle das Tochas’ descrita por Thoinot Arbeau (1589), o qual se direcionava a um quarto para muito além da dança e terminava com a entrega da tocha do corno, pelas mãos da própria mulher, àquele que acabara de ser encornado. Antes do acontecido, pássaros cucos não se cansavam de avisar, amistosamente, que os homens acompanhassem suas damas sempre, até à hora de “mijar” e a satisfizessem bem, para que não fossem procurar prazeres em outros campos.

No entanto, em qualquer campo havia de ter muita festança por colheita e pela chegada da tão querida primavera, estação que, ao modo de ver do Renascimento, reacendia não o fogo daquelas tochas, mas de muita paixão a todos os corações, desde os intocados até os feridos pela ponta de um chifre. As danças camponesas muito traduzem esse espírito alegre, com movimentos que remetem às atividades do homem camponês, suas formas de galanteios e às diversas manifestações da fauna e da flora. E as canções de cenas de Shakespeare transmitem muito bem o ar primaveril, visto que é indiscutível, até os dias atuais, a habilidade do autor em evidenciar a profundidade da emoção humana.

Por fim, não poderia faltar a farra de uma taberna. O deus Baco decerto era um dos mais aludidos nesta época. Assim, para ele, muitas canções e danças que lavavam, com vinho, a alma e o corpo de todos, sem distinção, pois era nas tabernas que os poetas encontravam espaço para o seu modo de vida alternativo, onde suas poesias contestatórias eram ouvidas e bem-vindas, um lugar onde se cantavam e viviam os prazeres da vida material.

Música Antiga Renantique

Grupo independente, o Música Antiga Renantique foi criado em junho de 1996 por integrantes do Grupo de Flauta Doce do Centro de Criatividade e pelo soprano Adélia Vieira (in memorian), com o intuito de executar a música da Idade Média e da Renascença, algo inédito em Sergipe. Tal iniciativa está inserida no movimento de redescoberta da ‘Música Antiga’ com interpretação e cópias de instrumentos de época, Performance Instruída Historicamente (PIH), que tomou vulto na Europa e nos EUA desde meados do século XX.

O Renantique possui a estrutura de um Broken Consort renascentista, no qual são combinados vários instrumentos de famílias diferentes (cordas, sopro e percussão), cópias autênticas de instrumentos da Idade Média e da Renascença, e vozes (soprano, alto, tenor, contratenor e baixo-barítono), utilizando-se antigas técnicas para a execução dos instrumentos e para a emissão das vozes.

Os integrantes do Música Antiga Renantique vêm se dedicando e se especializando em Música Antiga com professores do Brasil e de outros países, através de cursos e de festivais, como: as Oficinas de Música Antiga de Curitiba, o Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora e o Encontro de Música Antiga de Olinda/Recife.

Desde que foi criado, o grupo difunde um amplo repertório da Idade Média e da Renascença, como: Canções de Cruzada; dos Troubadours, Trouvères e Minnesingers; Cantigas de Santa Maria do rei Alfonso X, el Sábio, e Cantigas de Amigo de Martin Codax (séc. XIII); Manuscrito de Carmina Burana (séc. XII-XIV); Danças Medievais & Renascentistas; Trecento Italiano; Franco-Flamenga (séc.XV); Henrique VIII; Elizabetana; Teatro de Shakespeare e Música Ibérica do séc.XVI.

Terpsícore Danças Antigas

O Terpsícore Danças Antigas é um grupo de pessoas interessadas em estudar as danças europeias dos séculos XVI e XVII (Renascença) e as apresentar cênica e/ou didaticamente ao público em geral.

Os estudos sobre as danças da Renascença têm como base tratados de danças da época, como o English Dancing Master (1651), de John Playford, e o Orchesography, de Thoinot Arbeau (pseunônimo do clérigo Jehan Tabourot), que data de 1589 e é considerado um dos mais completos tratados de danças, além de ser um dos primeiros. Na versão adquirida desse último, há ainda uma seção adicional com notações Laban de algumas das danças citadas no livro. Esta seção, de fato, foi o nosso ponto de partida. 

Em continuidade e visando a um maior aprimoramento, participamos de duas edições do Encontro de Música Antiga de Recife/Olinda (em 2011 e em 2012), cursando Danças da Renascença, com Mário Orlando (UFF), e Danças Barrocas, com Raquel Aranha (Unicamp).

Ainda, em novembro de 2011, foi realizado o I Workshop de Danças Renascentistas, sob a direção do Terpsícore (Natália Vasconcellos) e do Renantique (Emmanuel Vasconcellos). O evento, ministrado por Mário Orlando (do Música Antiga da UFF), foi patrocinado pela Secult-Se (Secretaria de Estado da Cultura), através de seleção no Edital de Apoio à Formação, Produção e Circulação.

Fonte: Asscom Renantique

Foto: Isa Farias

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