Missionária belga “Irmã Francisca” recebe título de cidadã sergipana
Política 11/06/2012 20h54 |Em sessão especial realizada no início da noite desta segunda-feira, dia 11, a Assembleia Legislativa concedeu o título de cidadã sergipana à missionária Mathilda Antoniette Christine Hendriex, mais conhecida como “Irmã Francisca”. A homenagem foi uma proposta da deputada estadual Ana Lúcia (PT), pelos seus 44 anos de luta da religiosa em favor dos mais necessitados e por reforma agrária na região do Baixo São Francisco.
A sessão foi presidida pela presidente Angélica Guimarães (PSC) e prestigiada por diversas pessoas, entre autoridades, religiosos, entre ele o bispo da Diocese de Propriá, Dom Mario Rino Sivieri, e comunidades ligadas ao Movimento Sem Terra e quilombola, entre outros presentes. A saudação à homenageada foi feita pela autora da propositura, deputada Ana Lúcia. Para ela, homenagear a religiosa é homenagar todos que lutam juntos por justiça e mudança social.
“A Assembleia Legislativa presta nesse momento excepcional homenagem ao outorgar o título à freira das Irmãs de Caridade de Namur, Mathilda Hendriex”, disse. Em seu discurso, a deputada petista relatou um pouco da trajetória e história de Irmã Francisca em terras sergipanas e seu trabalho em defesa dos mais pobres, especialmente nas causas sociais e pela reforma agrária.
Ao iniciar seu pronunciamento, diante de dezenas de pessoas de várias comunidades por onde trabalhou nessas mais de quatro décadas em Sergipe e outros amigos, Irmã Francisca disse que tudo já havia sido dito por Ana Lúcia, mas queria acrescentar que todos tivesse consciência de que o título recebido é de todos. “Porque foram os sergipanos que fizeram de mim aquela que sou hoje e agradeço a Deus e a vocês todos. É uma imensa gratidão estar aqui hoje, vivendo essa ação de graças”, declarou.
Vida em Sergipe
Natural da cidade flamenga de Wilderen, na província de Namur, no norte da Bélgica, a missionária Mathilda Hendriex chegou a Sergipe em 1968. Foi em pleno de política conturbado que ela chegou ao Brasil, juntamente com mais três missionários belgas. Japaratuba foi o município, atendendo a um chamado do bispo da Diocese de Propriá, Dom José Brandão de Castro, para se juntar a outros belgas já residentes, entre eles Gérard Lothaire Jules Olivier, ou Padre Geraldo, ex-prefeito de Japaratuba, para ajudar as populações menos favorecidas da região.
Durante sua vida em Sergipe sempre estave lutando em favor das causas do povo e por reforma agrária, inspirada em Dom José Brandão de Castro, Pedro Casaldáliga, Frei Beto e Leonardo Boff. Já entre 1973 e 1974, o grupo de Francisca, a Congregação Irmãs da Caridade, deixou a cidade de Japaratuba e foi atuar com posseiros na tensa região de Canhoba, onde havia muitos conflitos por terra. Foi para trabalhar na roça, evangelizar e conscientizar o povo “de que a terra era direito de todos”.
Depois de Canhoba, o grupo atuou por quase cinco anos entre Betume, Ilha das Flores e Brejo Grande, até o início dos anos 80, quando seguiram para nova frente, agora em Pacatuba, na área da Fazenda Santana dos Frades, onde posseiros viviam sob constante ameaça de fazendeiros e seus capatazes.
De lá para cá, Pacatuba tornou-se a ‘casa’ definitiva de Irmã Francisca. Foram muitos desafios, muitas lutas e também grandes vitórias em favor do povo, como as conquistas da Fazenda Santana dos Frades, Lagoa Nova, além dos assentamentos Cruiri e Padre Nestor


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