Animal raro: tubarão boca-grande em Sergipe e atrai a atenção de cientistas | F5 News - Sergipe Atualizado

Ciência
Animal raro: tubarão boca-grande em Sergipe e atrai a atenção de cientistas
Espécie é uma das mais enigmáticas dos oceanos, registrada apenas cerca de 100 vezes em todo o mundo
Cotidiano | Por F5 News 22/07/2025 11h29 |


A aparição de um raro tubarão boca-grande (Megachasma pelagios) na praia da Barra dos Coqueiros, no litoral sergipano, está mobilizando a comunidade científica do país. O animal, que foi localizado por pescadores e levado para análise em laboratório, pertence a uma das espécies mais enigmáticas dos oceanos, registrando poucos avistamentos desde sua descoberta na década de 1970.

Segundo o biólogo Adalberto Cândido, professor de biologia, a presença do tubarão em águas costeiras pode ser explicada por uma combinação de fatores naturais e comportamentais, como migrações verticais noturnas em busca de alimento e possíveis perturbações ambientais. O animal, que normalmente habita águas profundas, não representa risco aos banhistas, sendo considerado inofensivo para humanos e para o ecossistema costeiro.

“Ele vive em grandes profundidades e se alimenta principalmente de pequenos invertebrados e peixes. Não há registros de ataques ou comportamentos agressivos dessa espécie em relação a humanos”, explicou o professor Adalberto.

Segundo o Projeto TAMAR, o espécime foi encontrado no dia 4 de julho de 2025, durante um monitoramento regular realizado nas praias do litoral sergipano. O tubarão foi achado já morto na faixa de areia da Barra dos Coqueiros. Com aproximadamente 4,60 metros de comprimento, trata-se de um macho.

No Brasil, esse é apenas o quarto exemplar encontrado: além do registrado em Sergipe, houve ocorrências no Piauí, Rio de Janeiro e em São Paulo, conforme artigo publicado este ano pela pesquisadora Lilian Xavier e colaboradores. Após a coleta, o animal passou por exames genéticos, análises de contaminantes e parasitas, e será posteriormente preparado para exposição no Centro TAMAR, em Aracaju.

A atividade contou com a participação de diversas instituições parceiras, como a Universidade Federal de Sergipe (UFS), a Universidade Federal de Alagoas (UFAL), o projeto Meros do Brasil, a Fundação Mamíferos Aquáticos, a empresa Mineral Engenharia, a ENEVA e o Centro TAMAR/ICMBio. 

A descoberta reforça a importância de monitorar a biodiversidade marinha da região. Devido à raridade do Megachasma pelagios e ao pouco conhecimento científico sobre seus hábitos, cada novo registro representa uma oportunidade única de avanço no entendimento das espécies marinhas de profundidade.

A expectativa é que os resultados das pesquisas sejam divulgados nos próximos meses, com possíveis contribuições relevantes para a ciência marinha brasileira e internacional.

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