Canto Lírico é destaque no Coro Sinfônico da Orquestra Sinfônica de Sergipe
A preparadora vocal Verônica Santos relata as oportunidades e os desafios do Coro Sinfônico da Orsse, no Dia do Cantor Lírico, comemorado neste dia 22 Entretenimento | Por Agência Sergipe 22/07/2025 13h46 |Tenor, barítono, soprano, mezzo-soprano e contralto são algumas das vozes que fazem parte da música clássica e são desenvolvidas pelo profissional de Canto Lírico. Comemorado nesta terça-feira, dia 22, o Dia do Canto Lírico traz uma área diversa, mas pouco conhecida em suas especificidades, porém encanta a todos em apresentações musicais e coros sinfônicos.
A cantora lírica e preparadora vocal da Orquestra Sinfônica de Sergipe (Orsse), que faz parte da Secretaria Especial da Cultura (Secult), por meio da Fundação de Arte Cultura Aperipê (Funcap), Verônica Santos, explica que o campo da música erudita é muito amplo, com o canto clássico tendo suas particularidades e desafios em todo o país.
Segundo a preparadora vocal, a visão de que a música clássica é somente para algumas camadas sociais contribui para a visão desenvolvida sobre a área. “Infelizmente, a sociedade foi educada a pensar a música erudita como essa coisa glamurosa, inacessível, que pertence a uma classe social. Historicamente, porque veio da Europa, isso traz uma série de estigmas que vêm prejudicando, inclusive, o avanço trabalhista no sentido de direito de qualquer trabalhador, de viver do seu ofício, de viver dignamente”, conta Verônica.
Ela explica que o canto lírico no país passa por alguns desafios, tanto por conta da pouca formação profissional, de estruturas de orquestras e coros profissionais, como, também, da baixa procura por não incentivos. Em Sergipe, isso acaba por ser suavizado por conta da Orsse. “A situação do canto lírico, em particular, de ponta a ponta do país, não é uma situação fácil, por conta das poucas formações da área no país. Além disso, muitos músicos passam por projetos sociais, que são projetos de ponta, que conseguem formar excelentes músicos, porém não têm orquestra suficiente para adesão ou coro profissional, para absorver esses músicos, nós temos pouquíssimos coros profissionais no Brasil, uma das exceções é a Orrse”, enfatiza.
Segundo a cantora, há uma infinidade de gêneros e estilos dentro da música erudita vocal, então, o que não se torna frequente, a população não sente tanta falta, embora goste. “Se não leva a sentir falta daquele produto, então eu esqueço, eu não procuro, não tem demanda, em tese. Aqui, a gente tem, ainda bem, esse grande apoio do Governo do Estado, então Sergipe ganha destaque em relação a isso, em relação a muitos estados que vivem com grande dificuldade para ter sua orquestra e seu Coro”, explica Verônica.
Verônica trabalha há 14 anos na Orsse, a frente do Coro Sinfônico, que é uma atividade de extensão da orquestra, com um trabalho sociocultural. “Sergipe se destaca porque a gente consegue manter um trabalho de qualidade, embora os integrantes que compõem o coro não sejam profissionais da música, fazemos um trabalho de excelente qualidade, mantendo a memória da música vocal erudita”, completa.
Atualmente, o Coro Sinfônico conta com cerca de 70 pessoas, com os mais diferentes timbres e experiências musicais. “A gente atende um público que é muito diverso. Vejo aquele metro quadrado da sala ali de ensaio, o ambiente mais heterogêneo e de grande aprendizagem em todos os sentidos, humanamente, artisticamente porque a gente aprende, também. Temos pessoas de todas as camadas sociais ali, de diversos segmentos religiosos, de formas completamente diferentes de pensar. É um desafio delicioso, e eu acho que é por isso que a gente faz um trabalho muito bacana porque, naquele momento, tem esse coletivo funcionando para o único benefício, para a única coisa que é fazer arte.”, comenta Verônica.
O Coro Sinfônico ganha destaque, especialmente, nesta quarta-feira, dia 23, no concerto da Série Cajueiros, no Teatro Tobias Barreto, às 20h. Na ocasião, será apresentado o Requiem de Mozart e concerto de Copland. Os ingressos estão disponíveis na plataforma Sympla e nas bilheterias do Teatro, com preços populares. Participarão da apresentação também um elenco de solistas convidados, entre eles: Irma Ferreira (soprano), Aline Araújo (mezzo-soprano), Lucas Melo (tenor) e Rodrigo Lins (barítono). A direção musical é do maestro titular Guilherme Mannis, e a preparação vocal do coro está a cargo do maestro Daniel Freire.





