Após morte de homem em situação de rua, Defensoria cobra apuração rigorosa
Luiz Maghave, diagnosticado com esquizofrenia, foi baleado por policial militar no Centro de Aracaju Cotidiano | Por F5 News 05/08/2025 16h12 - Atualizado em 05/08/2025 16h39 |A Defensoria Pública do Estado de Sergipe informou, nesta terça-feira (5), que está acompanhando e apurando as circunstâncias que envolvem a morte de Luiz Maghave de Souza, de 37 anos, homem em situação de rua atingido por disparo de arma de fogo efetuado por um policial militar. O caso ocorreu na madrugada do dia 23 de julho, no Centro de Aracaju.
Segundo o defensor público Sérgio Barreto Morais, diretor do Núcleo de Direitos Humanos da instituição, a Defensoria está adotando as medidas legais cabíveis para garantir a devida investigação por parte das autoridades competentes. “É dever da Defensoria Pública zelar pelos direitos fundamentais das pessoas em situação de vulnerabilidade. A morte de Luiz Maghave nos impõe a responsabilidade de buscar respostas, assegurar a apuração dos fatos e cobrar providências para que situações como essa não se repitam”, declarou.
De acordo com informações divulgadas pela Polícia Militar, Luiz Maghave teria forçado a entrada em um prédio da corporação localizado na região central da capital sergipana. Os policiais de plantão relataram que deram voz de parada e advertência verbal, mas o homem não teria obedecido. Na sequência, um dos agentes efetuou um disparo de arma de fogo. Luiz Maghave não resistiu aos ferimentos. A Corregedoria da Polícia Militar está responsável pela apuração do caso.
A vítima era negra, tinha diagnóstico de esquizofrenia e era acompanhada por um programa da Secretaria Municipal da Saúde, além de receber apoio da Pastoral do Povo de Rua. A Defensoria reforçou que acompanhará o desenrolar das investigações com foco na responsabilização adequada dos envolvidos e na garantia de justiça.
Em nota, a Secretária de Segurança Pública de Sergipe (SSP/SE) também se manifestou:
Diante da apuração da morte de Luiz Maghave de Souza, de 37 anos, foi identificado que ele possuía um extenso histórico criminal. Entre os crimes atribuídos a ele estão estupro de vulnerável, roubo, extorsão, tentativa de homicídio, lesão corporal e ameaça no contexto de violência doméstica.
Constavam em seu nome dois mandados de prisão – um cumprido em junho de 2022 e outro expedido em outubro de 2024. Luiz já havia sido preso por roubo, com posterior progressão ao regime aberto. Em 2022, foi novamente detido por estupro de vulnerável, sendo posto em liberdade em novembro de 2023. Ele também respondia a outros processos criminais em andamento.
O caso mais grave envolveu a condenação por estupro da própria filha, à época com 12 anos. Segundo as investigações da Delegacia de Itaporanga d’Ajuda, o crime ocorreu em 2017, quando pai e filha haviam acabado de se conhecer. Luiz a levou para passar alguns dias em sua residência, onde ocorreram os abusos.
O crime foi descoberto após a então companheira de Luiz flagrá-lo abusando da menina. Ao ser surpreendido, ele a agrediu fisicamente e a ameaçou de morte com uma faca. Em razão disso, também respondeu pelos crimes de lesão corporal e ameaça, ambos no contexto da Lei Maria da Penha. À época, havia medida protetiva em vigor contra ele.
Após o devido processo legal, Luiz Maghave de Souza foi condenado a 11 anos e quatro meses de reclusão, tendo sua prisão cumprida em outubro de 2024 pela Polícia Civil.





