O Dia dos Pais, para muitos, traduz um momento de agradecer pelo legado que receberam como filhos e filhas e lembra a importância da figura paterna na formação da personalidade e do caráter de cada pessoa.

O estudante Pedro Henrique tem apenas 11 anos e já coleciona diversas experiências e momentos marcantes vivenciados junto ao pai, em viagens, na escola e em casa.  Quando questionado sobre a forma como o enxerga, o menino respondeu que “amigável” é a palavra que melhor o define e o atributo que mais admira.

Amizade é um termo relacionado ao afeto, à atenção, ao carinho, ao cuidado, ao companheirismo e à lealdade. Um conceito capaz de simbolizar uma saudável relação entre pais e filhos.

A estudante Júlia Costa, de 21 anos, afirma que o dela, Clécio Costa, 50, personifica tudo isso. “Quando eu era pequena, tinha meu pai como meu herói, um exemplo que eu gostaria de seguir. Agora adulta, eu também o vejo assim, ainda que de uma forma diferente. Eu vejo ele de uma maneira madura como uma pessoa que está sempre ao meu lado para me apoiar sempre, para me proteger, para cuidar de mim. Ele é incentivo, é alegria, é música, é vibração, é tudo!”, disse ao F5 News. 

A estudante Maísa Pereira, de 14 anos e irmã de Júlia, compartilha iguais doses de amor e admiração. “Meu pai sempre me ajudou e guiou quando eu quis seguir o lado artístico e criativo. Ele sempre dá bronca quando eu faço algo errado - assumo que sim, eu erro mesmo. E principalmente, nos ajudou a ter senso crítico”, disse ao portal.  

Questionadas sobre o que mais associam à figura paterna, sem combinar, ambas deram a mesma resposta: proteção. 

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Michigan, que teve como amostra 730 famílias norte-americanas, revelou que crianças cujos pais eram presentes e participativos demonstravam mais autocontrole e habilidade de cooperação, atestando que a qualidade dessa relação exerce considerável influência no desenvolvimento dos seres humanos.

Entretanto, o abandono paterno é uma realidade no Brasil. Apenas de janeiro a julho de 2022, 100.717 bebês foram registrados sem o nome do pai - em termos percentuais, 6,5% dos nascidos no mesmo período -, conforme o Portal da Transparência do Registro Civil.

Esperança 

Em contrapartida ao alto grau de abandono paterno no Brasil, a presença na vida dos filhos, em sua infância e adolescência, contribui para a formação de características essenciais na vida adulta. Esse foi o caso, por exemplo, do professor Fagner Araujo Costa, de 38 anos. 

“Meu pai representa a responsabilidade, dedicação à família, compromisso e ética”, disse Fagner ao F5 News. "“Eu vi nele o exemplo de respeito às pessoas, de integridade, de solidariedade e de empatia. Essas são características  que absorvi e, por isso, me identifico muito com ele”, completa.