Por Eliene Andrade

Creche incendiada por vândalos continua fechada

Os mais de 200 alunos que estudam na creche Júlio Prado Vasconcelos, no Bairro São Conrado, continuam fora da sala de aula. O local ainda passa por reforma quase dois meses após o ataque de vândalos que incendiaram duas salas. De acordo com a administração da creche, faltam ainda a instalação de alarmes, a chegada de novos pisos, além de outros itens que foram destruídos.

Segundo uma funcionária que preferiu não ser identificada, não há previsão de quando a creche voltará a funcionar, já que a Secretaria Municipal de Educação (Semed) ficou responsável por concluir as obras de acabamentos das salas, mas até o momento não chegou nenhum dos itens que foram destruídos. “O local aqui é de fácil acesso. Os vândalos conseguiram entrar pelo muro e destruíram tudo. As salas precisam de pisos e até agora não recebemos. Faltam ainda muitas outras coisas que foram destruídas”, relatou a funcionária.

Na creche, apenas um senhor de 56 anos faz a segurança. Ele contou que para ele é impossível conter ações de vandalismo. Os muros que cercam o local são baixos e o sistema de alarme foi cortado por falta de pagamento. “Estou aqui há mais de 10 anos e nunca vi uma coisa dessas. Eu, sozinho, não conseguiria evitar esses marginais”, disse o porteiro.

Ainda segundo a funcionária, a coordenação da creche solicitou da Prefeitura guardas municipais para reforçar a segurança no local, mas ainda não foi atendida. “Nós não podemos ter aqui cercas elétricas por conta das crianças, por isso pedimos que guardas municipais fizessem a segurança, mas até o momento não apareceu nenhum por aqui. Enquanto isso ficamos expostos porque os muros não intimidam os vândalos e nada impede que eles retornem”, reclamou a funcionária.

Duzentas e dez crianças estudam no local, sendo que os bebês de seis meses a três anos ficam na creche em tempo integral, já as crianças de quatro e cinco anos estudam meio turno.

De acordo com Maria de Fátima Silva, mãe de uma das crianças que era assistida pela creche, o fechamento do local acarretou na transferência de seu filho para outra instituição. “Fiquei com medo de que ele estivesse aqui no momento de outro ataque, por isso transferi meu filho para um lugar mais seguro”, disse.

Semed

A assessoria de comunicação da Secretaria informou que a empresa que foi contratada para fazer reforma tem um prazo de 60 dias para concluir as obras. Já o material que está faltando para a reforma das salas seria entregue ainda hoje.  

Sobre a suspensão do alarme que está instalado na creche, a assessoria informa que não tem conhecimento desta suspensão. Já sobre a falta de guarda municipal, nossa reportagem tentou contato com o major Edênisson, mas sem êxito.

Relembre 

O ataque à unidade de ensino ocorreu no dia 28 de agosto deste ano. Os vândalos pularam o muro da creche destruíram e incendiaram duas salas. O ato de vandalismo deixou destruídas mais de cem carteiras escolares, roupas das crianças, dezenas de livros didáticos, bebedouros, material de suporte educacional, alimentos e equipamentos de uso cotidiano da creche.