Dados e fatos cotidianos mostram racismo na sociedade sergipana
Relembre três casos de injustiça e conheça estudo que mostra a realidade dos negros Cotidiano | Por F5 News 20/11/2023 18h38 |A data de 20 de novembro é marcada como o Dia Nacional da Consciência Negra. A escolha não foi aleatória: nessa data, morreu o maior líder quilombola e figura especialmente representativa para as causas raciais - Zumbi dos Palmares.
Diariamente os noticiários trazem como destaque de informação a morte de pessoas pretas e, em Sergipe, esse cenário acontece com recorrência.
Alguns exemplos ganharam significativo destaque na mídia, inclusive nacional, a exemplo da morte de Genivaldo de Jesus Santos, após uma abordagem policial, no município de Umbaúba, Sul sergipano.
Conforme noticiado pelo F5 News, ele foi imobilizado por policiais rodoviários federais dentro do porta-malas da viatura, onde foi jogada uma bomba de gás lacrimogêneo que causou sua morte por asfixia. Apesar de estarem presos, os três agora ex-policiais ainda não foram julgados.
Outro caso recente é sobre a mulher que foi confundida, por sistema de reconhecimento fácil, com outra mulher foragida da Justiça. Ela foi abordada de forma truculenta, duas vezes, por equipes policiais diferentes durante a realização do Pré-Caju 2023, evento que ocorreu de 3 a 5 de novembro, na Orla de Atalaia de Aracaju, também noticiado pelo Portal.
Em janeiro deste ano, duas irmãs prestaram queixa à delegacia, após serem perseguidas dentro de uma loja no centro comercial de Aracaju. Em todos esses casos, o ponto são as injustiças cometidas a pessoas pretas, na maioria das vezes, calcada apenas na cor da pele.
Dados
Além dessa injustiça cotidiana, existem outras que são mais veladas perante a sociedade. Por exemplo, o desemprego que acomete mais pessoas negras do que brancas. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE 2023, a população negra é a maior do Brasil, corresponde a 56,1%, e a que tem a maior taxa de desemprego, trabalho informal, desigualdade salarial e baixa representatividade em cargos de liderança, por exemplo.
O estudo mostrou que 46,1% da população negra trabalha informalmente e, para as mulheres negras, a realidade é mais difícil, já que 46,5% trabalham sem carteira assinada e não contribuem para a aposentadoria.
No que se refere à escolarização, a população negra também possui poucas oportunidades. De acordo com uma pesquisa do
Senado Notícias que levou em consideração dados do CNJ, TSE, IBGE, Inep e Ministério da Saúde, 45% das matrículas realizadas na universidade são de pessoas negras. Porém, em termos de cargos de alto valor, como o do magistrado, apenas 18,5% dos juízes no Brasil são negros.





