Praga: guia de viagem pela cidade mais charmosa da Europa Central
Tem vídeo completo sobre essa cidade que impressiona logo no primeiro instante Blogs e Colunas | Passos Pelo Mundo 15/09/2025 15h40 - Atualizado em 15/09/2025 16h50Viajar sozinha para Praga, a capital da República Tcheca, foi uma das experiências mais enriquecedoras que já tive. A cidade é daquelas que impressionam logo no primeiro instante, com seus monumentos imponentes e ruas que parecem ter parado no tempo. Um verdadeiro museu a céu aberto, que mistura história, arte e cultura em cada esquina.
Minha dica inicial é prática: hospede-se no centro da cidade. Assim, você estará perto da estação de trem e poderá se deslocar com facilidade para os principais pontos turísticos. Foi exatamente assim que comecei meu roteiro, explorando a cidade com mochila nas costas e muita disposição. Confira o vídeo:
O idioma oficial é o tcheco, mas quem fala inglês consegue se virar bem. A moeda local é a coroa tcheca (Koruna), e no geral os preços são mais acessíveis do que em outros destinos tradicionais da Europa.
A gastronomia lembra bastante a alemã, marcada por pratos robustos e cheios de sabor. Experimentei um delicioso goulash servido dentro do pão, uma refeição que aquece e surpreende. Já para a sobremesa, não resisti ao famoso trdelník, um bolo assado no espeto que pode ser recheado com sorvete. Essa iguaria está por toda parte e é praticamente impossível não provar.
Relógio Astronômico
Entre as atrações mais icônicas de Praga está a Praça da Cidade Velha, coração da cidade e palco de alguns dos seus maiores símbolos. O Relógio Astronômico é um deles. Construído na Idade Média, ele não apenas marca as horas e os dias: também mostra a posição do Sol, as fases da Lua e as datas do calendário cristão.
O espetáculo mais esperado acontece a cada troca de hora, quando os apóstolos de Jesus aparecem em uma pequena procissão. É um momento mágico, que reúne turistas do mundo todo em frente ao relógio.
Relógio Astronômico de Praga carrega não só beleza e tecnologia medieval, mas também uma lenda sombria. Dizem que o mestre relojoeiro Hanus de Ruze, responsável por construir a obra, foi cegado e assassinado pelos governantes da cidade para que nunca criasse nada parecido em outro lugar.
Antes de morrer, ele teria conseguido danificar o mecanismo do relógio, que ficou parado por anos. Na realidade, documentos históricos atribuem a criação ao artesão Mikuláš de Kadaň, em parceria com o astrônomo Jan Šindel, no ano de 1410. Mas a lenda segue viva — e até hoje envolve os visitantes em mistério diante desse ícone da Cidade Velha.
Durante o free walking tour, conheci o Teatro Nacional de Praga, símbolo da valorização das artes no país. Esse edifício foi, por décadas, o motor cultural da cidade e hoje é o principal centro de ópera. Não é por acaso que no século XVII Praga ficou conhecida como o “conservatório da Europa”: quase todos os habitantes cantavam ou tocavam algum instrumento.
No Teatro dos Estados, outro marco da cidade, Mozart teve sua obra O Casamento de Figaro aclamada pelo público, diferentemente da estreia em Viena. O próprio compositor reconheceu que o povo de Praga, mais moderno, era quem melhor entendia sua música.
O Bairro Judeu é outro ponto fundamental do roteiro. Originado na Idade Média da união de duas comunidades judaicas, foi marcado por séculos de discriminação. Durante muito tempo, os judeus foram obrigados a viver em guetos, usando sinais como chapéus amarelos ou fitas no braço quando circulavam fora das zonas delimitadas.
Paradoxalmente, durante a ocupação nazista, o bairro foi preservado a pedido de Hitler, que desejava transformá-lo em um “museu da raça extinta”. Hoje, o visitante encontra ali sinagogas históricas e o antigo cemitério judaico, um espaço que impõe respeito e reflexão.
Entre torres e pontes
Outro símbolo da cidade é a Torre da Pólvora, construída como parte das muralhas defensivas. É a única das 13 torres originais que permanece de pé, e ganhou esse nome quando passou a armazenar munição.
Seguindo a pé, chega-se à famosa Ponte Carlos, que liga a Cidade Velha à Cidade Baixa. Inaugurada em 1357 pelo imperador Carlos IV, a ponte é adornada por 30 estátuas e se tornou um dos cartões-postais mais conhecidos do país. Do outro lado, começa a subida em direção ao Castelo de Praga. Não tem a forma tradicional de um castelo europeu, mas encanta pela grandiosidade e pela vista panorâmica da cidade — perfeita para ser admirada com um drink ao pôr do sol.
Para finalizar, não poderia deixar de fazer um passeio de barco pelo rio Moldava. Navegar ao entardecer, enquanto os monumentos da cidade são iluminados, foi a maneira mais especial de me despedir de Praga.
Se você pensa em conhecer a Europa Central, inclua a capital da República Tcheca na sua lista. Praga é daquelas cidades que ficam gravadas na memória — e no coração — de qualquer viajante.
Dicas de restaurantes com bom custo-benefício passadas pela guia do free walking tour:







Carla Passos é Jornalista, especializada em Turismo e apaixonada por história, flores, textos e coisas inspiradoras. Adora sol, mar, fotografia, doce da padaria, dançar, e sonhar… Na infância, ainda morando em Salvador, meu principal hobbie era ir ao aeroporto ver os aviões partirem. Eu sempre dizia que um dia eu estaria dentro daqueles aviões. Antes de completar 15 anos, eu dizia aos meus pais: não quero festa, quero viajar de avião para o Rio de Janeiro. Foi minha primeira viagem de avião! Trabalhei anos com essa editoria, mas atualmente estou na editoria de política, minha segunda paixão. Assim o turismo virou um hobbie. E de lá pra cá já conheci quase todos os estados do Brasil e 25 países.
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