Foi desarticulada uma organização criminosa que agia praticando crimes em torno de um falso escritório de advocacia em Propriá (SE). A ação da Polícia Civil, na sexta-feira (1º), foi divulgada nesta segunda (4) e resultou na prisão de duas mulheres e na apreensão de dois carros, oito celulares e mais de 40 documentos originais de várias vítimas, entre carteiras de trabalho e registros de identidade.

Conforme as informações da Polícia Civil, nas investigações foram identificados dois homens, um dos quais se apresentava falsamente como auditor fiscal e advogado. Ele está foragido.

O falso advogado estava captando valores em dinheiro e, quando as vítimas não tinham, eram ludibriadas de modo a entregar até eletrodomésticos. “Estavam ainda as vítimas fazendo empréstimos e entregando cheques assinados sem valores. Os cheques das vítimas eram emitidos com altos valores e, sem saldos, foram sustados e também apreendidos”, informou o delegado Marcos Carvalho.

Segundo o delegado, os prejuízos financeiros até os presente momento são de cerca de R$ 100 mil, face a mais de cem contratos com indícios de fraude terem sido apreendidos, além de vasta documentação original de pessoas com prejuízos que podem chegar a milhões.

Vários objetos já foram apreendidos, inclusive um automóvel e R$ 10 mil em equipamentos de informática restituídos às vítimas.

Os dois homens agora estão na condição de indiciados pela Polícia Civil. As investigações continuam e novos indiciamentos e prisões ainda podem ocorrer.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Sergipe (OAB/SE), Danniel Costa, esteve na manhã desta segunda-feira (4), no gabinete do delegado-geral, Thiago Leandro, e disse que a instituição desenvolve um trabalho incisivo de combate ao exercício ilegal da advocacia no estado, parabenizando a Polícia Civil pelo trabalho e parceria.

“Na sexta-feira, 1º, após receber denúncias acerca da prática de exercício ilegal da profissão na cidade de Propriá, a nossa Coordenação Estadual de Fiscalização da Atividade Profissional da Advocacia e a Comissão Regional de Propriá compareceram à delegacia, onde foram recebidas pelo delegado, que já havia identificado os envolvidos e procedia, naquele momento, diversas oitivas”, disse o advogado Danniel Costa. 

“É uma orientação da presidência da OAB/SE que as comissões tenham uma atuação firme no combate desse crime, que tantos prejuízos causam à sociedade, inclusive acompanhando todas as diligências inerentes à apuração dos fatos, seja para exercer a sua legítima atribuição de colaborar com a autoridade policial, seja para dar ampla divulgação à sociedade, coibindo que práticas dessa natureza venham a ser praticadas”, completou o presidente da entidade.

A Polícia Civil solicita que eventuais vítimas do grupo criminoso procurem à delegacia para registrar boletim de ocorrência. Informações e denúncias podem ser repassadas à polícia também por meio do Disque-Denúncia, no telefone 181. O sigilo é garantido.