O ex-aluno do Atheneu Sergipense, enfermeiro Everton Batista, carrega nas mãos a Bandeira do Brasil e junto com ele 34 anos de história como componente da tradicional Banda da Secretaria de Estado da Educação e Cultura de Sergipe (SecBanda). Aos 51 anos, ele desfilou mais uma vez, nesta quinta-feira, 7 de setembro, na avenida Barão de Maruim, em Aracaju.

Com Everton Batista, 140 componentes comemoraram os 47 anos da Secbanda em mais uma abertura no tradicional desfile cívico escolar. “Carrego a Bandeira do Brasil, mas muita história dessa banda que está no coração de todos”, destaca.

A SecBanda foi criada como Banda Musical de Marcha e Concerto por meio da Portaria n° 287/76, assinada pelo então secretário de Estado da Educação, professor Everaldo Aragão Prado. Em 4 de maio de 1994, a Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe aprovou o decreto n° 14.548, que instituiu efetivamente a SecBanda como a Banda de Música da Secretaria de Estado da Educação. De 2021 a 2022 sofreu uma parada, mas em julho de 2022, voltou com toda a força que a SecBanda merece.

E para a contar essa história inicial e mais outras que virão, o coordenador administrativo e um dos maestros da Secbanda, Hélio Gentil, esteve na avenida. “É uma emoção participar mais uma vez. Vivenciar toda a história e entrar na avenida tantas vezes faz parte da minha própria história de vida. “, afirmou.

Na linha de frente da SecBanda, Marina de Jesus Santos e Alana Sampaio, tiveram a missão de apresentar o nome da SecBanda por toda a avenida carregando o Brasão. “É uma responsabilidade.  Participo dos desfiles há 17 anos”, afirmou a veterana Alana Sampaio, ex-aluna do Centro de Excelência Dom Luciano.

No corpo percussivo, um componente chamou atenção: o pai da Marina de Jesus Santos, Edilson de Jesus Santos. Ele explicou que começou na banda há mais de vinte anos e sua alegria foi integrar as duas filhas. Além de Marina e Edilson, Tainara de Jesus Santos também compõe a banda levando a bandeira de Sergipe. “A SecBanda é uma grande familiar e me emociono toda vez que entro na avenida, junto com elas”, disse.

Elicia Maria dos Santos contou que a história de vida dela se confunde com a SecBanda. Ela carrega a flâmula, um estandarte com o nome da banda há 20 anos, como parte de um sonho de vida realizado, já que nos primeiros anos da banda ela assistia com o pais na plateia do desfile e dizia que um dia estaria à frente da banda de percussão. Sonho realizado, a ex-aluna da Escola Normal nem pensa em passar o bastão para outro aluno.

Para o maestro Major Antônio Rocha, a SecBanda é uma escola e faz parte de uma proposta de musicalização social e educativa. Segundo ele, a SecBanda, além de proporcionar à juventude estudantil do Estado um treinamento cívico aliado ao fazer cultural, é uma importante ferramenta de inclusão social.

Conquistas e prêmios

“Lembro-me do primeiro desfile, em 1976, ainda com uma banda pequena composta por alunos. Em 1977 o maestro Rivaldo Dantas conseguiu que mais de 860 alunos iniciassem os estudos de instrumentos. Nos anos seguintes, a SecBanda cresceu e tornou-se uma respeitada banda. O segundo maestro foi Francisco, que continuou o trabalho”, contou o maestro Major Antônio Rocha, que hoje é o terceiro maestro na história da SecBanda.

Hoje a SecBanda é uma unidade reconhecida e respeitada nacionalmente por ter participado e concorrido nos mais diversos campeonatos, com bandas de todos os estados brasileiros, tal como aconteceu em Minas Gerais, Alagoas e Pernambuco, além da capital federal, Brasília, entre outros.

No 1° Campeonato Nacional de Bandas e Fanfarras na cidade de Goiânia, em 1994, conquistou o troféu de campeã brasileira; na cidade de Guaratinguetá, em 1998, veio o bicampeonato; em 2000, na cidade de Brasília, conquistou o tricampeonato nas categorias Banda Musical de Marcha e Banda de Concerto, e seu último título de tetracampeã foi conquistado em 2002, na cidade de Ribeirão Preto, nas categorias Banda de Marcha e Concerto, promovidas pela Confederação Nacional de Bandas e Fanfarras.

Primeiro maestro e fundador

Rivaldo Dantas é o nome do primeiro maestro e fundador da SecBanda. Ele nasceu em Maruim e, aos 11 anos de idade, ingressou no Instituto de Música e Canto Orfeônico de Sergipe na classe de violino. Aos 18 anos, foi morar no Rio de Janeiro, dando continuidade aos estudos musicais e participou da orquestra sinfônica da Guanabara, da Filarmônica da Escola Nacional de Música e da Orquestra Juvenil do Teatro Municipal, da qual foi fundador.

Em 1967, retornou a Sergipe e atuou em diversos corais. Em 1976, começou a trabalhar com alunos da escola pública e fundou a SecBanda. O maestro Rivaldo não demorou para receber o Prêmio Arthur Lakschevitz, maior prêmio outorgado pela Associação dos Músicos Batistas do Brasil, na categoria músico brasileiro. Também foi presidente da Confederação Nacional de Bandas e Fanfarras (CNBF).