Sergipe é o estado brasileiro com o maior percentual de pessoas que trabalham fora do município onde residem. É o que mostra o Censo Demográfico 2022 – Deslocamento para Trabalho e Estudo, divulgado nesta quarta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com os dados, 15,9% das pessoas ocupadas em Sergipe se deslocam para outro município para exercer suas atividades profissionais, percentual superior à média nacional, de 10,5%.

Arthuro Paganini

Segundo o IBGE, entre os municípios sergipanos, Barra dos Coqueiros (62%), São Cristóvão (56,7%) e Nossa Senhora do Socorro (56,4%) apresentam as maiores proporções de trabalhadores que se deslocam para outros municípios. Já os menores índices foram observados em Itabaianinha (2,7%), Nossa Senhora da Glória (3,1%) e Porto da Folha (3,5%). Na capital, Aracaju, 7,1% das pessoas ocupadas trabalham em outro município.

O levantamento aponta que 34,8% das pessoas que trabalham fora do município de residência recebem entre meio e um salário mínimo, enquanto 24% ganham mais de um e até dois salários mínimos. Em relação ao gênero, há predominância masculina: 61% dos trabalhadores que se deslocam são homens.

Meios de transporte

Em Sergipe, o automóvel é o principal meio de transporte utilizado para o deslocamento ao trabalho, representando 22,5% das viagens. Na sequência, aparecem motocicleta (22,2%), deslocamento a pé (21,7%) e ônibus (18,1%). O uso de bicicleta também se destacou, com 8,53%, colocando o estado em primeiro lugar do Nordeste e 10º no país nesse tipo de transporte.

O Censo também revela diferenças no uso dos meios de transporte conforme a cor ou raça declarada. Entre as pessoas brancas, 35,5% utilizam automóvel para o deslocamento, percentual que cai para 24% entre as pardas e 22,4% entre as pretas. Já o ônibus é usado por 17,4% dos brancos, 22% dos pardos e 30,5% dos pretos.

Tempo de deslocamento

Em média, 34% das pessoas ocupadas levam entre 16 e 30 minutos para chegar ao trabalho, enquanto 26,3% gastam de seis a 15 minutos e 19,7% de 30 minutos a uma hora. O tempo varia conforme o meio de transporte: 39,8% dos que utilizam automóvel levam entre 16 e 30 minutos, contra 23,5% dos que usam ônibus.

Entre os usuários de ônibus, 44,4% demoram entre 31 minutos e uma hora para chegar ao trabalho, enquanto apenas 19,3% dos que vão de automóvel gastam esse mesmo tempo. O deslocamento superior a uma hora é mais comum entre usuários de ônibus (25,7%) do que entre os que utilizam carro (4,8%).

Situação em Aracaju

Na capital, o uso do automóvel (38,3%) é ainda mais predominante do que no restante do estado, seguido por ônibus (24,1%), motocicleta (10,6%) e bicicleta (9%). Quando observado o recorte racial, 58,8% da população branca utiliza carro como meio principal, frente a 43% das pessoas pardas e 34,1% das pessoas pretas. Já o ônibus é mais usado entre pretos (37,7%), seguido de pardos (31%) e brancos (21,3%).

O tempo de deslocamento mais comum na capital é de 16 a 30 minutos (37,2%), seguido de mais de 30 minutos até uma hora (24,8%) e seis a 15 minutos (22%). Entre os que utilizam ônibus, 47,7% demoram entre 31 minutos e uma hora para chegar ao trabalho, enquanto apenas 18% dos que usam automóvel gastam o mesmo tempo.

Deslocamento para estudo

O estudo também analisou o deslocamento para instituições de ensino. Em Sergipe, 57.290 estudantes se deslocavam para outro município para estudar, o que representa 9,41% dos alunos, segundo maior percentual do país. Desse total, 45,4% eram estudantes do ensino superior.

Mais informações podem ser consultadas na publicação completa do IBGE: Censo 2022 – Deslocamento para Trabalho e Estudo.