“Antes da econômica, Brasil precisa superar crise política”, diz economista Ricardo Lacerda
Economia 18/06/2017 09h30 - Atualizado em 19/06/2017 07h29 |Por Will Rodriguez
Faltando pouco menos de 15 dias para conclusão do primeiro semestre do ano, o economista Ricardo Lacerda, professor da Universidade Federal de Sergipe (UFS), faz uma análise cautelosa acerca das perspectivas de melhora no ambiente econômico do país. Segundo ele, os entraves políticos têm dificultado a recuperação da economia nacional.
Embora analistas já considerem o fim da recessão, para o economista, a melhoria dos indicadores econômicos, a exemplo da saldo positivo do PIB no primeiro trimestre de 2017, não se mostram suficientes para assegurar que o pior já passou.“A economia vem há oito trimestres descendo a ladeira e agora está dando sinais de que está estabilizando, que vai deixar de cair, mas essa recuperação é muito lenta”, afirma Ricardo Lacerda.
O professor corrobora o entendimento de outros analistas de que o mercado de trabalho será o último setor a sentir os efeitos reais da retomada do crescimento. Isso, segundo ele, se justifica pelo fato de que, no início da recessão, famílias e empresas tinham um nível elevado de endividamento, o que dificultou o enfrentamento ao período de retração.
“É muito difícil que as empresas encerrem as dívidas num cenário em que as vendas estão muito baixas. Isso tem travado os gastos das empresas e famílias, dificultando mais ainda a recuperação econômica”, observa Lacerda.
A instabilidade em Brasília - acentuada pela delação do dono da JBS, Joesley Batista - é outro fator apontado por Ricardo Lacerda como responsável por retardar a alavancada da economia. Para ele, estancar a crise política é imprescindível para a volta do crescimento.
“Quando ninguém sabe quem vai ser o presidente da República daqui a 30 dias, quando se revela em público o nível da degradação das relações políticas, é muito difícil ter um ambiente de confiança que estimule as empresas a investir”, enfatiza o economista.
Lacerda diz que, se a conjuntura atual perdurar, mesmo que haja estabilização da economia, só na segunda metade do próximo ano e, mais claramente, em 2019, será possível perceber uma retomada efetiva da economia. “Vai precisar recuperar essa crise política”, conclui.


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