Prainha de Propriá passará por requalificação urbana para valorizar turismo | F5 News - Sergipe Atualizado

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Prainha de Propriá passará por requalificação urbana para valorizar turismo
Projeto liderado pelo ITP e NUPPE da Unit, em parceria com a Prefeitura, visa modernizar a orla
Economia 22/08/2025 14h43 - Atualizado em 22/08/2025 14h50 |


A Prainha de Propriá, localizada às margens do Rio São Francisco, é um dos locais mais movimentados por moradores e turistas. O espaço já concentra bares, áreas de lazer e atividades esportivas consolidadas. No entanto, seu potencial de desenvolvimento social e turístico pode ser ainda mais explorado. Para isso, a área será contemplada por um estudo de requalificação urbana, um projeto que pretende renovar e valorizar toda a orla.

Para viabilizar a proposta, o Laboratório de Gestão Pública do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), em conjunto com o Núcleo de Projetos, Pesquisa e Extensão em Arquitetura e Urbanismo (NUPPE) da Universidade Tiradentes (Unit), firmou parceria com a Prefeitura de Propriá. A meta é estruturar um plano de reurbanização que assegure avanços relevantes na infraestrutura e na qualidade de vida dos moradores.

A reurbanização vai além da questão estética. Conforme explica a professora Rayane de Oliveira, coordenadora do NUPPE, o estudo prevê melhorias na acessibilidade e nas estruturas da área, possibilitando maior aproveitamento da balneabilidade, das práticas esportivas e da gastronomia regional. “A Prainha já funciona como espaço de convivência para a população, e a ideia é ampliar esse uso. Queremos tornar o ambiente mais estruturado e atrativo para a comunidade e para os visitantes”, afirma.

Integração e benefícios para a população

A união entre o NUPPE e o Laboratório de Gestão Pública tem se consolidado como ação estratégica de apoio às políticas municipais. Formado por arquitetos, pesquisadores e estudantes, o grupo já desenvolve atividades em cinco cidades sergipanas. Para a arquiteta e urbanista Shirley Dantas, coordenadora do Laboratório de Gestão Pública do ITP, a proposta é auxiliar as administrações na qualificação da gestão pública por meio de diagnósticos e planejamentos baseados em dados concretos.

“Nossa função é realizar estudos e análises que gerem conhecimento técnico, coletando e organizando dados, indicadores e mapeamentos de problemas. Assim, conseguimos oferecer aos municípios ferramentas para elaborar e implementar políticas públicas mais consistentes e eficazes. Nesta primeira etapa, já estamos atuando em cinco cidades: São Cristóvão, Simão Dias, Carmópolis, Propriá e Carira”, destaca Shirley.

Desafios e perspectivas

Na reunião com a Prefeitura, foram levantados os principais entraves para a intervenção, que envolvem desde limitações ambientais até questões ligadas à atividade econômica da área. “O maior desafio será alinhar o projeto de reurbanização às normas ambientais, que estabelecem restrições importantes para qualquer intervenção. Além disso, é preciso considerar os bares já existentes no espaço, que deverão ser incorporados ao plano sem comprometer a apropriação comunitária nem a dinâmica econômica do local”, explica Rayane.

Para os arquitetos da Prefeitura, Anne Ayrlles e Lucas Santana, também existem desafios de ordem social, já que muitos moradores têm laços culturais e afetivos com a área, dependem economicamente do rio e temem mudanças que possam prejudicar sua rotina. Questões de segurança também foram apontadas, pois o local sofre com riscos de enchentes, erosão, instabilidade do solo, saneamento deficiente e dificuldade de acesso a serviços essenciais.

“As normas ambientais de órgãos federais e estaduais impõem restrições como a proteção de Áreas de Preservação Permanente e exigências complexas de licenciamento, que envolvem estudos de impacto, autorizações e garantias de salvaguarda à comunidade. Por isso, torna-se indispensável adotar soluções técnicas, sociais e ambientais integradas, com projetos participativos e adequados à realidade local, assegurando intervenções seguras, legais e aceitas pela população”, apontam os arquitetos.

A equipe de planejamento vê na reurbanização uma oportunidade de grande impacto para Propriá. O projeto pretende transformar a Prainha em um espaço mais acessível, seguro e acolhedor. Estão previstas melhorias como modernização do saneamento, contenção das margens do rio e implantação de novas áreas de lazer com iluminação e acessibilidade.

Essas mudanças também visam movimentar a economia local e impulsionar o turismo, representados pelos bares e comércios já instalados. “A ideia é fortalecer o que já existe, promovendo o turismo e ampliando as oportunidades de emprego. Com a requalificação, acreditamos que a Prainha possa se consolidar como cenário de eventos, como competições náuticas e de areia, atraindo visitantes e fomentando o desenvolvimento econômico”, afirmam Anne e Lucas.

Experiência acadêmica em prática

Desde o início, a participação popular tem sido considerada essencial. A estudante de Arquitetura e Urbanismo Amanda Santos, integrante do NUPPE, relata que ela e a colega Bruna Martins visitaram a área para conversar com moradores e comerciantes, entendendo suas demandas e expectativas.

“Fomos ao local observar a realidade do espaço, dialogamos com os arquitetos e ouvimos diretamente os moradores sobre suas necessidades e desejos em relação à Prainha. Também pesquisamos a história da cidade para fundamentar melhor as propostas. Além disso, fizemos um levantamento de dados para responder a questões como: qual é o uso atual, o que pode ser aprimorado para torná-lo mais seguro e acolhedor, como a revitalização pode estimular o comércio local, entre outros pontos”, explica Amanda.

Segundo ela, o maior aprendizado foi perceber a importância do contato direto com a população. “Não podemos apenas deduzir o que será positivo para a comunidade. Projetar espaços públicos exige diálogo, ouvir quem vive e utiliza o lugar. Foi uma experiência muito valiosa. Os profissionais envolvidos têm uma visão profunda da cidade, sabem de suas potencialidades e fragilidades e estão realmente empenhados em promover melhorias de forma qualificada”, conclui.

Próximas etapas

Com a fase inicial concluída, a equipe já se prepara para os próximos passos, que incluem análise de referências, desenvolvimento do processo criativo e a produção dos primeiros esboços do projeto. Apesar de ainda não haver uma previsão definida para o início das obras, a prefeitura e os parceiros seguem empenhados em tornar as mudanças realidade no menor prazo possível.

Fonte: Ascom Unit

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