Com inflação do aluguel em alta, é hora de negociar, diz economista
Economia 27/02/2016 19h45 |Da Redação
Pensando em negociar o valor do seu aluguel? Então saiba que a hora é essa. Por causa da crise econômica e queda no valor dos imóveis, o que se verifica hoje é uma diminuição no preço dos alugueis. O índice que reajusta aluguel avançou 1,29% em fevereiro, mas ainda assim os alugueis estão sendo reajustados para baixo porque, segundo a Fipe Zap, os aumentos nos valores de locação de imóveis vêm desacelerando desde meados de 2011 e, no ano passado, não somente teve variação menor, mas houve uma queda de 12,66%, já descontada a inflação. “Independentemente de quanto tempo falta para o término do contrato, o momento econômico do país e do mercado é vantajoso para o inquilino conseguir a redução do valor do aluguel que paga atualmente”, diz Luiz Paulo Júnior, especialista em mercado imobiliário.
Veja abaixo dicas para renegociar o valor do aluguel e o que fazer caso não consiga o desconto desejado.
Por que tentar negociar?
Com a crise econômica e a queda na renda dos locatários, há maior dificuldade em alugar imóveis este ano, o que aumenta a oferta do setor. Com isso, os proprietários, que dependem da renda do aluguel, têm cedido mais à pressão dos futuros moradores. “Além disso, o dono do imóvel sabe que, deixando o imóvel desocupado, não só deixa de ganhar, como também precisa arcar com despesas como condomínio e IPTU. Sem contar o risco de o próximo locatário ser um mau pagador”, diz Luiz Paulo. Segundo empresas administradoras de imóveis, 80 por cento das renegociações resultam em acordo entre locador e locatário. “Antes de cogitar se mudar, procure, sim, negociar. E não espere o contrato chegar ao fim, pois o momento para tentar reduzir seu aluguel jamais esteve tão favorável aos inquilinos”, diz Luiz Paulo. Se a ideia é mudar-se de imóvel em busca de um aluguel menor, é preciso atentar também para os valores de multa, cobrada até certo período do contrato.
3 dicas para negociar o reajuste de aluguel
1 – Informe-se
Estar bem informado não apenas dá segurança para argumentar e negociar, como também permite que se apresente propostas reais e possíveis de serem aceitas. Por exemplo, antes de marcar um encontro com o locatário, pesquise detalhadamente os valores de aluguéis no mesmo prédio e nas redondezas. Além da boa e velha conversa com o zelador e porteiros, a internet é ótima aliada. Visite sites como o Zap, o Imóvel Web e o 123i. Com isso, você pode levar ao proprietário valores reais sobre o preços dos imóveis na região e ter uma conversa mais embasada.
2 – Valorize-se como bom pagador
Bons pagadores devem reforçar que pagam em dia tanto o aluguel como o condomínio, em caso de prédios. Durante a negociação, também ressalte o quanto o imóvel está em bom estado, graças ao bom uso de que faz do espaço e ao cuidado que tem com a casa ou apartamento. Vale até levar algumas fotos, mostrando como a propriedade alugada está bem conservada. “Eu tenho alguns imóveis em locação e posso afirmar que negociei uma redução com 100 por cento dos inquilinos bons pagadores que me pediram uma diminuição no aluguel. Para o proprietário, manter essa parceria é vantajosa. Mas, é claro, a pessoa deve ser, de fato, um bom locatário”, afirma Luiz Paulo.
3 – Seja sincero
Esqueça táticas de negociação como inventar uma doença na família ou ameaças do tipo “se você não reduzir, me mudo amanhã”. Lembre-se que o país vive uma crise econômica – algo que o proprietário, assim como você, entende bem porque passa pela mesma situação. “Ser honesto é o caminho mais eficiente. Toque no assunto real, fale da crise e da inflação. Explique como a inflação comeu os seus rendimentos e diminuiu seu poder de compra. Tudo está mais caro e, por isso, você precisa apertar de algum lado. Como não pode fazer o preço dos alimentos abaixar, precisa negociar o valor do aluguel”, ensina Luiz Paulo. Nesta conversa, deixe claro ao proprietário que você deseja ficar no imóvel, mas que infelizmente as contas não estão fechando como antes. Faça isso de forma firme, tranquila e sincera.
Não consegui negociar, e agora?
Caso não consiga negociar, não pense logo em buscar algo nos bairros mais distantes. Lembra da pesquisa que você fez nas redondezas de onde vive? Procure um novo imóvel dentre essas opções. “O valor do aluguel caiu em diversas capitais, é bem provável que você encontre o valor desejado no próprio bairro. No Rio de Janeiro, por exemplo, de janeiro de 2015 para janeiro deste ano, o preço do aluguel caiu entre 20 por cento e 40 por cento”, afirma o especialista. Tenha paciência e, se preciso, negocie então um prazo para ficar no imóvel, no caso de contratos próximos ao vencimento. Assim, consegue pesquisar com calma, encontrando algo vantajoso tanto para você quanto para seu novo locador. E, claro, neste novo contrato, negocie também!
Leve em consideração, no entanto, que, tratando-se de um bom imóvel, pode valer a pena ficar onde está. Tente, assim, negociar pelo menos um não reajuste, mantendo o aluguel no mesmo preço que paga atualmente.
O que considerar em caso de negociação, se eu sou o proprietário?
Pensando no outro lado da moeda, se você é proprietário de um imóvel e seu inquilino surgir com uma proposta de redução ou manutenção do aluguel, a dica é analisar bem o momento em que estamos vivendo. “No mercado, o cliente se tornou um artigo de luxo, ainda mais um cliente bom pagador. Por isso, a dica para o proprietário é aceitar a redução no preço do aluguel”, aconselha Luiz Paulo. Por outro lado, lembre-se que tudo tem limite e a proposta não pode ser muito abaixo do valor do mercado, podendo, assim, não valer a pena. “Resumindo, o ideal é entender a proposta, tratar toda a negociação de forma serena e profissional e, por fim, aceitar, se o acordo for viável. E lembre-se de encarar esse bate papo muito bem preparado, estando familiarizado com os valores que de fato o mercado está praticando”, finaliza Luiz.
*Com informações do SPC Brasil e da Agência Brasil


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