Comércio virtual realizado por perfis de lojas aumenta exponencialmente
Vendas por meio das redes sociais cresceram 40%, com destaque para o Instagram Economia | Por F5 News 30/11/2022 18h30 |Publicação de fotos; compartilhamento de vídeos e interação social. O Instagram foi criado com propósitos bem definidos, mas suas funções se transformaram ao longo do tempo para se tornar uma das redes sociais mais versáteis da atualidade. Agora, para além da proposta inicial, a plataforma também cumpre uma finalidade que cresce continuamente: o comércio online.
No Brasil, redes sociais como o Instagram, o Facebook e o Whatsapp cresceram em média 40% desde o início da pandemia. Os dados são da consultoria Kantar e mostram que, dentre estes, o Instagram lidera em relação a vendas e compras via internet.
Em Aracaju, diversas pessoas que sequer tinham experiência em vendas passaram a ser empreendedoras por meio da plataforma e aquelas que já vendiam tiveram um aumento considerável. Este foi o caso da Aleb, voltada ao autocuidado, assim como de muitos outros perfis de lojas no Instagram.
Era apenas mais um dia normal para Ana Izabela. Ela acordou, tomou seu café da manhã e enquanto seguia sua rotina percebeu que, devido à pandemia, tinha um tempo livre que antes não possuía. Assim, ela passou a cuidar mais de si e com isso começou a usar óleos vegetais, argilas, toucas, fronhas de cetim, entre outros produtos.
“Depois a ideia da loja veio justamente disso. ‘Por que eu não crio uma loja para compartilhar os meus rituais de autocuidado que vieram por conta da pandemia?’. Era uma coisa que eu não fazia quando eu tinha uma rotina corrida e, depois que eu comecei a fazer, percebi a importância tanto para minha saúde física quanto para a saúde mental, e quis compartilhar com todo mundo. E foi assim que surgiu a Aleb, a loja de autocuidado”, relatou Ana Izabela.
Com o sonho de ter um negócio próprio realizado, ela acredita que o Instagram foi fundamental nesse processo. Por ser uma rede social, a plataforma gera interações mais humanas, o que favorece seu negócio por não realizar apenas uma mera venda de produtos, mas sim uma venda com propósito por trás, mais pessoal e humanizada. "O Instagram acaba aproximando a gente e impacta nas vendas porque o cliente vê no perfil uma forma de cuidar de si, através de uma rede social que mostra principalmente o lifestyle”, avalia.
Emanuelle Andrade concorda com esse pensamento. Criadora da Matamba Alquimias, ela vê o Instagram como um bom auxílio no processo de aproximação entre cliente e produto. “Eu acho que o Instagram se torna uma plataforma muito legal porque o cliente não tem contato apenas com o produto, existe uma necessidade de humanizar o negócio. E isso é muito bom porque o cliente não se conecta só com o produto: ele se conecta com a minha proposta, com a minha pessoa, com a minha identidade e com o conteúdo que eu produzo”, revela.
Mãe, trabalhadora e guerreira, Emanuelle viu na rede social uma boa oportunidade de conciliar suas tarefas durante a pandemia. Assim, ela poderia cuidar do seu filho e manter uma fonte de renda sem precisar sair de casa, utilizando-se de uma plataforma que não tem custo, com largo alcance e mais interatividade com o público.
“A vontade de ter um negócio próprio, de ter uma renda e trabalhar para mim mesma surgiu quando eu me tornei mãe em 2013 e acreditava, acredito ainda, que é um caminho mais possível de equilibrar as demandas”, pondera Emanuelle Andrade.
Diferentes impactos puderam ser percebidos por aqueles que passaram a fazer vendas pelo Instagram devido à pandemia; para Ana Izabela, em termos comerciais, eles foram positivos. “Houve um aumento e muito disso porque, além das pessoas estarem mais tempo em casa querendo cuidar de si, elas também veem na loja virtual uma grande possibilidade de poder resolver vários problemas sem sair de casa", analisa.
"Isso é uma coisa que há tempos atrás a gente via muito menos. Hoje em dia a gente sabe que não necessariamente precisa estar fisicamente presente para poder fazer uma compra, para poder entregar algo para alguém, e isso não tem como negar, veio muito por conta da pandemia”, completa.
Mas utilizar uma rede social como canal de vendas também apresenta consequências negativas. É um processo exaustivo, a demandar uma programação regrada. “Eu considero que eu cuido sozinha da loja. E às vezes isso acaba sendo um pouco difícil. A gente diz que é a famosa ‘euquipe’ da loja. Acaba sendo difícil porque às vezes eu estou cansada e não posso delegar funções. Então, se eu estou cansada, acabo aparecendo menos no Instagram, menos nas redes sociais, e isso acaba impactando diretamente na venda”, diz Ana Izabela.
Emanuelle acrescenta que, além do cansaço, a necessidade de constante exposição e de lidar com os algoritmos da plataforma também acabam sendo um empecilho. “Eu tenho que estar o tempo inteiro falando, me expondo, produzindo conteúdo… não só colocando disponíveis os produtos, sabe? Então é massa porque cria uma aproximação com o cliente, uma ponte, mas por outro lado também é bastante cansativo porque vira uma obrigação aparecer, falar e tal”, afirma.
Reinventar-se, readaptar-se, diversificar os produtos, criar novas ideias de divulgação — estes são os principais desafios para se manter vendendo no Instagram. Muitos já se adaptaram a esse novo estilo de negócio, utilizando-o muito mais do que o modo de compras convencional (presencial ou em sites específicos para comércio online) mesmo com a total flexibilização das medidas restritivas — o que revela um bom indicativo de que as compras pela plataforma vieram para ficar.





