Economista analisa impactos das tarifas de Donald Trump na economia de Sergipe | F5 News - Sergipe Atualizado

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Economista analisa impactos das tarifas de Donald Trump na economia de Sergipe
Estado pode redirecionar exportações e evitar prejuízos com tarifaço
Economia | Por F5 News 18/07/2025 10h17 |


O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a aplicação de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto acendeu um alerta na economia brasileira. Em Sergipe, embora a participação do estado na balança comercial seja pequena, os impactos também são esperados.

Até junho deste ano, Sergipe exportou US$ 54 milhões de dólares para os Estados Unidos e importou US$ 37 milhões. Os principais produtos enviados para lá foram petróleo bruto e suco de laranja, enquanto o estado comprou gás natural e óleos derivados de petróleo.

Mesmo com a nova tarifa, o economista Márcio Rocha acredita que Sergipe não será tão afetado quanto parece. “O produto sergipano vai sair mais caro para o mercado norte-americano, sim. Mas não acredito que as exportações diminuam”, disse ele ao F5 News. 

Exportações podem ir para outros países
Para Rocha, Sergipe tem uma vantagem: a facilidade de redirecionar seus produtos para outros mercados. Além disso, os itens importados de lá, como gás natural e óleos, também têm oferta em outros países. Isso significa que, mesmo com o aumento das tarifas, não há uma dependência exclusiva entre Sergipe e os EUA.

Ao sobretaxar alimentos e insumos brasileiros, os Estados Unidos correm o risco de aumentar o custo de vida da própria população. O suco de laranja, por exemplo, já teve alta de 25% no mercado internacional depois do anúncio de Trump.

Rocha questiona se Trump está mesmo disposto a seguir com a decisão. “Ele vai piorar a condição de consumo alimentar das famílias americanas, bem como da maior frota consumidora de petróleo do mundo? Acho difícil que isso se sustente”, afirmou.

Brasil já tem resposta pronta
O Governo Brasileiro reagiu rápido à medida de Trump. A estratégia será baseada na Lei da Reciprocidade Econômica, sancionada este ano pelo presidente Lula. A lei permite ações de defesa comercial caso o Brasil sofra com barreiras unilaterais, como é o caso da nova tarifa americana.

“O governo Lula deixou claro que busca resolver a questão com diálogo, mas está juridicamente preparado para agir com firmeza”, destacou Márcio Rocha em artigo enviado à redação.

Com menos produtos indo para os EUA, é possível que parte dessa produção fique no mercado interno. Isso pode gerar queda nos preços de alguns itens, como carne, grãos e sucos, o que seria positivo para o consumidor brasileiro.

“O excesso de oferta dentro do país pode aliviar o bolso do brasileiro. Isso vale especialmente para alimentos e produtos do agronegócio”, reforçou o economista.

Sergipe não depende só dos EUA
Outro ponto importante é que Sergipe, assim como o Brasil, tem ampliado suas parcerias comerciais com países como China, Europa, América Latina e o mundo árabe. Isso facilita o redirecionamento de exportações e diminui a dependência dos americanos.

Esse cenário dá mais segurança ao estado, mesmo em meio a uma disputa internacional. “Temos canais abertos com outros mercados. Isso é uma vantagem nesse tipo de crise”, afirma Rocha.

A tarifa de Trump gerou preocupação, mas também abriu espaço para reflexão. Em vez de paralisar exportações, o momento pode ser usado para reorganizar rotas comerciais, ampliar parcerias e fortalecer a produção interna.

Para Rocha, “proteger os interesses do Brasil, especialmente em setores estratégicos como agronegócio e energia, é essencial para garantir empregos, renda e segurança”. E, para Sergipe, a mensagem é clara: o estado tem como se adaptar e até se beneficiar se agir com inteligência diante da crise.

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