Empresários lançam manifesto #nãodemita, já com adesão significativa | F5 News - Sergipe Atualizado

Empresários lançam manifesto #nãodemita, já com adesão significativa
Empresas de vários portes se unem para evitar demissões na crise do coronavírus
Economia | Por Monica Pinto 07/04/2020 18h43 |


Quarenta grandes empresas do Brasil ou instaladas no país lançaram no dia 3 passado o manifesto #nãodemita. O movimento criado por representantes de diversos setores produtivos – de bancos e serviços à indústria e comércio – clama que se evite ao máximo fazer demissões até o fim do mês de maio, quando se espera haver maior clareza sobre os impactos econômicos gerados pela crise do novo coronavírus. “Esta é uma convocação de empresário para empresário. A primeira responsabilidade social de uma companhia é retribuir à sociedade o que ela proporciona a você – começando pelas pessoas que dedicam suas vidas, todo dia, ao sucesso do seu negócio. É por isso que nossa maior responsabilidade, agora, é manter nosso quadro de funcionários”, diz o documento público. 

 “Estes são tempos extraordinários que exigem medidas extraordinárias. Muitos passamos a vida tentando construir um legado. Pois bem, a hora é essa”, coloca ainda o manifesto. E prossegue: “Neste momento, o Brasil é um país de heróis. Na saúde, milhares de profissionais dão o melhor de si e correm riscos para salvar vidas nos hospitais. Em outros setores da economia, milhões de brasileiros trabalham todos os dias para manter nossas cadeias de fornecimento intactas. Eles garantem o funcionamento das fábricas, o abastecimento e o transporte público. Já o nosso ato de coragem é outro: cuidar dos funcionários que dependem de seus salários e de nossas empresas”. 

Afora o caráter social da medida, o #nãodemita evoca ainda um benefício de ordem estratégica, operacional: “Se você já foi fortemente afetado pela crise ou está passando por dificuldades financeiras na sua empresa e realmente não tem caixa para evitar demissões, ainda assim, pare uns minutos e reflita. Desligar gera um custo imediato, muitas vezes maior que dois meses de salários, e há linhas de crédito e outras soluções que estão sendo criadas todos os dias para ajudar as empresas a atravessar a tempestade”. 

O clamor reverberado por marcas como Renner, Magazine Luiza e Alpargatas parece estar tendo significativa acolhida. Em apenas vinte e quatro horas após o lançamento do #nãodemita, mais de mil empresas de diversos portes aderiram ao movimento, comprometendo-se publicamente a manter seus quadros funcionais pelo menos até o final de maio.

Em Sergipe, um dos entusiastas do movimento é o empresário Juliano César, do Grupo Fasouto. “Meu papel é colaborar com a divulgação e no incentivo para que as empresas possam optar pelo previsto na MP 936 e fazer um ajuste de seu quadro de pessoal sem prejuízo a essas pessoas”, disse ele ao F5 News, em alusão ao Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, instituído pelo Governo Federal, através do Ministério da Economia, por meio da Medida Provisória 936/20. 

O programa governamental sofreu, porém, um forte revés nesta segunda-feira (6), quando o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, decidiu que acordos individuais de redução de jornada de trabalho e de salário ou de suspensão temporária de contrato de trabalho previstos na MP 936/20 somente serão válidos se os sindicatos de trabalhadores forem notificados em até 10 dias e se manifestarem sobre sua validade. Mas a expectativa é de que a liminar de Lewandowski seja derrubada pela maioria de seus pares no Supremo, sob a lógica de que praticamente inviabiliza o programa de manutenção de empregos e renda, além de gerar insegurança jurídica, já que milhares de acordos entre empresas e seus funcionários já tinham sido firmados. 

“A MP 936 é um caminho que aquelas empresas mais prejudicadas pela crise podem trilhar para amenizar os impactos sociais da demissão e ter sua estrutura de força de trabalho mobilizada para a retomada”, avalia Juliano César. Atuante no segmento de atacado distribuidor e no chamado “atacarejo”, classificados como atividade essencial ao abastecimento, ele relata que resolveu se engajar na divulgação do #nãodemita ao observar a “situação desesperadora” de vários clientes – pequenos e médios lojistas cujos negócios estão na corda bamba. “Achamos que era oportuno reforçar esse movimento propositivo, mostrando que há um pós-corona, por mais difícil que seja o hoje”, disse ao F5News

Juliano César analisa que a crise gerada pela pandemia – “muito profunda e extensa” – coloca as realidades das empresas em patamares diferentes, entre as totalmente paralisadas e as não por completo, com níveis de perdas também muito variáveis. “A grande vantagem do movimento Não Demita é que ele cria uma situação diferenciada, que mostra um outro ponto - você, empresário, tem alternativa e o empregado também -, para que nesses 60 dias as coisas se esclareçam”, afirma. 

“As empresas vão precisar de suas forças de trabalho e as suas forças de trabalho engajadas vão ser muito importantes para a retomada do crescimento e para a sobrevivência das empresas”, defende Juliano.

Para conhecer o manifesto #nãodemita na íntegra, e seus apoiadores, clique aqui
 

Edição de texto: Will Rodriguez
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