Inadimplência cai, mas 87% dos sergipanos começaram 2016 endividados | F5 News - Sergipe Atualizado

Inadimplência cai, mas 87% dos sergipanos começaram 2016 endividados
Economia 28/01/2016 07h00 |


Da Redação

O número de sergipanos com o nome sujo caiu 1,26% em dezembro de 2015, conforme dados divulgados esta semana pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). O número de dívidas em atraso também apresentou uma retração de quase 4% no final do ano passado. Os dados são animadores, mas o momento ainda é de cautela. Uma pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Sergipe (Fecomércio-SE), também divulgada esta semana, mostra que o número de sergipanos que admitiram estar com dívidas comprometendo o orçamento familiar em 2016 chegou a 87,1%, em janeiro.

Do total de endividados, 30,5% das famílias em todas as faixas salariais admitiram estar com muitas dívidas comprometendo o orçamento de suas casas. Desse universo, 26,9% se enquadram no patamar de renda mensal de até dois salários mínimos, 30,3% possuem renda familiar de dois a dez salários mínimos por mês e 32,1% das famílias têm sua renda composta por mais de dez salários mínimos mensais.

O percentual das famílias que admitiram estar com volume intermediário de dívidas compõe a maior parcela do total de endividados em Sergipe, 33,4%. Desse total, 40,3% estão na faixa salarial de até dois salários mínimos mensais. 34,1% se enquadram na faixa de renda média, até dez salários e 17% das famílias com maior volume de renda mensal pesquisadas, declararam estar com nível médio de dívidas.

As famílias que têm pouca parte de sua renda mensal comprometida com dívidas correspondem a 23,2% do total dos endividados de Sergipe. 21,3% recebem até dois salários mínimos mensais, 23,1% se encontram na faixa intermediária e 28,3% perfazem as famílias mais abastadas, com renda superior a 10 salários mínimos.

O total percentual das famílias entrevistadas que negaram possuir qualquer dívida chegou ao volume de 12,2% e os que não souberam responder fecham o total famílias pesquisadas, com 0,7%. Foram ouvidos 1 mil representantes de famílias residentes no estado de Sergipe.

Vilão

O cartão de crédito tem sido o calcanhar de Aquiles dos sergipanos - 67,1% dos consumidores entrevistados informaram que suas maiores dívidas são com operadoras de cartões; 7,2% declararam possuir dívidas com bancos e financeiras por meio de operações de crédito pessoal; 6,7% informaram que devem a bancos por financiamentos automotivos; 5,9% possuem dívidas com bancos por operações de crédito consignado; 4,8% informaram que estão comprometidos com o pagamento de carnês diversos; 3% assumiram ter dívidas com bancos, por meio do cheque especial; 2,9% disseram ter dívidas com financiamento habitacional e 1,2% informaram dívidas de ordem de cheques pré-datados. Exatos 11,7% das famílias sergipanas pesquisadas afirmaram possuir dívidas de outros tipos, não especificadas, e 4,4% não souberam responder ou não responderam ao questionamento.

Tempo de atraso

O tempo médio de atraso das dívidas das famílias sergipanas, em todas as faixas salariais analisadas, é de 59,5 dias. A classe de renda mais baixa tem o maior período de atraso, com 63,7 dias, a classe média está com o período em 59,5 dias e as famílias de classe mais alta, possui tempo médio de dívidas em atraso de 52,6 dias. O tempo médio de comprometimento com as dívidas das famílias é de 6,7 meses. Para as famílias com renda de até dois salários mínimos, o período é de sete meses de comprometimento. Na classe média, o período cai para a média de 6,7 meses com parte da renda dedicada a pagamento de dívidas. Entre as famílias de classe mais alta, o tempo é maior, perfazendo 7,7 meses de período médio para quitação de dívidas.

O momento enfrentado pela população, com a economia instável tem feito os consumidores recuarem nas compras. No entanto, fica evidenciado o alto percentual de famílias endividadas e comprometimento de parte significativa da renda para o pagamento das mesmas, motivos que demonstram ainda mais a retração no poder de compra e estabilidade nos índices de contas em atraso e inadimplência. O presidente da Fecomércio, Laércio Oliveira, lamentou o momento difícil da economia, que influencia no crescimento do desemprego e, consequentemente, no aumento das dívidas das famílias.

“O endividamento das famílias é preocupante. Há dois anos não tínhamos um cenário tão difícil para as famílias de Sergipe. Hoje o desemprego está presente em vários lares da família sergipana, a inflação está diminuindo o poder de compra da população, provocando redução de consumo e priorização de pagamentos de dívidas. Quando o cenário econômico está ruim para as famílias e estas deixam de consumir, o círculo virtuoso da economia deixa de existir ou se reduz, e a recessão ocupa o espaço”, disse Laércio Oliveira.

 

*Com informações da Fecomércio

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