Venda direta surge como um caminho criativo durante a pandemia
Catálogos do passado são substituídos pela ação de empreendedores na internet Economia | Por Antonio Cardoso 12/08/2021 11h00 |Venda direta é a comercialização de produtos ou serviços por meio de uma relação independente entre o vendedor e o seu cliente. É um setor muito marcado pelo método de distribuição das grandes empresas por meio de autônomos - comum no Brasil na venda de cosméticos, por exemplo.
O país está na 6ª posição global no ranking de vendas diretas em 2020, segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD). A entidade ainda divulga o volume de negócios, com cerca de R$ 50 bilhões movimentados no Brasil somente no ano passado. O país já conta com mais de 4 milhões de empreendedores atuantes na modalidade.
A venda direta que era feita de porta em porta, ou com uso de catálogos, foi dominada pelo ambiente virtual. Segundo dados da ABEVD, mais da metade das vendas, 53,5%, são feitas pela internet, divididas entre redes sociais, sites e com forte presença no WhatsApp: 18% dessas transações são fechadas por meio da troca de mensagens no aplicativo.
Dados da ABEVD mostram que a maioria dos vendedores são mulheres, 57,8%, que possuem ensino superior completo ou incompleto. Um exemplo está na sergipana Siueyne Santana dos Santos que, formada em fisioterapia, atua na venda direta há pelo menos 10 anos. No entanto, diminuiu sua atuação na área por conta da abertura de seu novo negócio. Outros exemplos estão na matéria Conheça jovens de Sergipe que empreendem pelas redes sociais
No passado, Siueyne vendia produtos cosméticos e recipientes para conservação de alimentos. Hoje, ela concilia o trabalho como fisioterapeuta e no seu estúdio de pilates com o comércio de vestuário voltado à atividade física - uma forma criativa de unir a sua formação profissional e seus clientes do pilates com o talento para a venda direta.Criatividade tem sido carro chefe para empreender durante a pandemia. Com o fechamento de muitos postos de trabalho, a venda direta tornou-se a principal fonte de renda de diversas famílias. Só que isso também pode se associar a riscos, pois a informalidade também atrapalha no controle e saúde financeira do vendedor independente a longo prazo.
O economista Rodrigo Rocha ainda lembra que é preciso ter atenção a esses prejuízos: “Pelo lado financeiro, os riscos são a falta de um suporte financeiro em casos de doença, gravidez e a falta de uma aposentadoria quando a idade mais avançada chegar. Tudo isso pode ser resolvido se for feita uma reserva de emergência e a contribuição para o INSS, o que infelizmente a maioria não faz”, disse ao F5News.
Outra forma de sair da informalidade é a abertura de um Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, o conhecido CNPJ, só que por meio de um MEI, que é a figura jurídica e abreviação para Micro Empreendedor Individual. Além de mais possibilidades de créditos e facilidades para a pequena empresa, quem passa a representar-se como MEI também tem benefícios como aposentadoria por idade ou por invalidez, auxílio-doença, salário-maternidade e pensão por morte (para a família).
O processo de abertura de MEI é bastante simples. Basta acessar o Portal do Empreendedor do Governo Federal, clicar em: Quero ser MEI -> Formalize-se; Daí preencha os dados solicitados e leia com atenção. Após finalizar o cadastro, você terá o seu certificado de CNPJ. Em caso de dúvidas, procure os canais de comunicação do Portal do Empreendedor.
*Estagiário sob supervisão da jornalista Laís de Melo





