Por Sílvio Oliveira

A globalização da economia mundial, a crise enfrentada pela Grécia e a informação de que o país poderá deixar a zona do euro (foto principal) fizeram com que o dólar aumentasse em todo o mundo. As bolsas de valores enfrentaram queda nos últimos dias, e o dólar oscilou no Brasil acima dos R$ 2,04, ou seja, uma média que não ocorre desde 2009. Por consequência, a alta do dólar reflete significativamente nos produtos importados, como os derivados do trigo, no comércio de automóveis, nos eletroeletrônicos e também em viagens internacionais.

Para se ter uma ideia, uma viagem a Disney de oito dias custava em torno de R$ 3.200, com o dólar cotado a R$ 1,8. Como o valor da moeda americana em relação à brasileira tem flutuado e a cotação das viagens internacionais é feita pelo câmbio do dia, o reajuste dessa mesma viagem girou em torno de 20%, ou seja, o viajante terá que desembolsar, pelo mesmo pacote, um preço de cerca de R$ 4.300.

O presidente do Sindicato das Empresas de Turismo do Estado de Sergipe (Sindetur), Ravison Souza informa que na agência da qual dirige ( Aereotur) houve cancelamentos de viagens para a Europa. “Um pacote que tínhamos cotado por R$ 2.600 chega a custar R$ 3000. O cliente desistiu”, afirma.

Para ele, com a alta do dólar, a priore, haverá menos procura por este tipo de viagem. Por conseguinte, quando o câmbio para de oscilar as viagens retornarão às agências a procurar da realização do sonho. “Há uma recuada, mas depois a ideia é continuar a procura”, ressalta.

O diretor da Turise Operadora, Ailton Júnior, informa que há um efeito psicológico nos viajantes que já compraram um pacote internacional, com a incerteza do câmbio oscilando. Porém, ele acredita que a moeda americana estacionado na casa de R$1,90 a R$ 2, não afetará a procura nem acarretará em cancelamentos.

“No primeiro momento, há um efeito psicológico. A média do dólar já vem sendo praticada na casa dos R$ 1,90 há algum tempo e acredito que vai continuar assim. Acredito que não haverá cancelamentos, nem menos procurar. Ainda continua sendo mais interessante sair do Brasil para o exterior”, avalia.

Para quem já comprou o pacote e irá viagem em tempos de dólar as alturas, o melhor é levar dinheiro em espécie ou utilizar cartão de crédito no débito. Os economistas afirmam que é incerto utilizar o cartão de crédito em viagens ao exterior nessa temporada, haja vista que o dólar poderá subir ainda mais ou cair. O mercado econômico ainda é incerto. “O melhor é levar dólar e cambiar para a moeda local. Além do IOF dos cartões de crédito, também poderá ter surpresas com a fatura”, alerta Ravison Souza.

Fotos: Sílvio Oliveira