A quarta temporada do talent show MasterChef Profissionais teve início no dia 13 de setembro e contou com a participação de uma sergipana. Natural de Aracaju, a chef de cozinha e professora de gastronomia Claudia Bezerra dos Ramos - ou Claudinha Ramos, como prefere ser chamada - acabou eliminada no primeiro episódio do programa, mas foi o suficiente para que ela mostrasse um pouco da força da culinária do estado.

A cozinheira contou ao F5 News que participar do MasterChef foi uma experiência “incrível” e “sensacional”. Ela, que já era fã do programa, considera uma conquista ter sido selecionada para compor o time de doze competidores. 

“Era tão surreal tudo aquilo, todas as câmeras, foi muito legal. Pessoalmente foi incrível, uma experiência maravilhosa, e eu fui como profissional, não como amadora. É o auge estar lá e ser escolhida entre tantos profissionais maravilhosos que a gente tem no Brasil, tantos cozinheiros incríveis. Me fez ficar muito orgulhosa”, afirmou.

Além disso, Claudinha relatou que poder representar Sergipe também foi uma forma de dar visibilidade ao estado e especialmente aos elementos da capital sergipana que, muitas vezes, para ela, terminam por cair no esquecimento pelo resto do país. 

“A estrutura de praia que a gente tem na nossa orla é linda, os restaurantes. Temos cozinheiros incríveis aqui. Eu fui com isso no coração, representando meus colegas, colocando todo o meu amor por esse estado que é meu. Eu nasci aqui, cresci aqui, empreendo aqui. É aqui que a gente tem que mostrar nossa força. O sergipano tem que mostrar cada vez mais a sua força pelo Brasil e pelo mundo inteiro”, disse a cozinheira ao F5 News.

A oportunidade trouxe benefícios também para a sua carreira como empreendedora na área. Claudinha Ramos é proprietária do bistrô Café Passado, em Aracaju, e percebeu que muitas pessoas novas passaram a visitar o estabelecimento desde a sua participação no programa, o que foi bastante positivo, visto que ela considera empreender no país um desafio. “Empreender no Brasil é muito difícil. A gente faz um malabarismo danado para deixar os preços competitivos entre os nossos colegas e para o público”, afirmou.

E as expectativas daqui para frente são ainda melhores. “O carinho do público tem sido muito grande. Além de ser fã do programa, dá uma visibilidade muito grande. Isso é muito bom para mim, quero que as pessoas conheçam meu trabalho”, disse a chef ao portal.

A eliminação
A prova de eliminação foi preparar um prato com língua de boi. Claudinha contou ao F5 News que estava calma e confiante, pois já conhecia a preparação ideal para o ingrediente, e decidiu utilizar abóbora e fubá como acompanhamentos. Ela detalhou como se deu a escolha do prato.

“Resolvi fazer um carpaccio de abóbora, que é uma salada que eu adoro, é crua, dá crocância. Eu estava procurando uma farinha mais parecida com a nossa sergipana, mas não vi. Vi mais as grossas, então não quis usar para fazer uma farofa. Vi o fubá e decidi fazer uma polenta, que é super clássico”, explicou a cozinheira, e lamentou que os jurados não tenham gostado da combinação escolhida. 

“A escolha do prato, na minha cabeça, funcionou muito bem. Uma pena dois deles não terem gostado. O Fogaça gostou muito, elogiou bastante, mas Helena e Jacquin não gostaram muito da combinação do carpaccio de abóbora com a polenta”, afirmou a chef. 

Apesar de ter sido eliminada já no primeiro episódio, Claudinha reforça que acredita que o programa não a define. “Competições não definem ninguém. Não pude mostrar todo o meu potencial”, lamentou.

Chef aos 40
Claudinha também contou ao F5 News que sua relação com a cozinha profissional teve uma história atípica; ao contrário de muitos colegas, que se dedicam ao setor desde cedo, ela só se profissionalizou e passou a se dedicar exclusivamente ao trabalho como chef de cozinha aos 40 anos de idade. Antes disso, a sua trajetória também foi marcada por algumas particularidades.

Entre 2002 e 2006, a aracajuana morou nos Estados Unidos, e foi lá onde seu amor pela cozinha teve início. Dividindo o expediente de trabalho entre um jornal e um restaurante, ela relatou que teve uma experiência de três meses no setor de garde manger - dedicado à preparação de pratos frios, como saladas - onde se apaixonou pela área. “Aquilo ficou guardado no coração”, afirmou.

Claudinha retornou ao Brasil e, mais tarde, em 2010, foi morar fora novamente, dessa vez na Coreia do Sul. Lá ela passou a se dedicar exclusivamente à sua família e, consequentemente, a ter mais tempo para cozinhar. Ela contou que começou a se envolver na organização de eventos na escola dos filhos, onde se aproximou ainda mais da culinária.

Somente em 2014 a chef retornou definitivamente ao Brasil, quando passou a morar no Espírito Santo. Em 2015, começou a se dedicar à faculdade de gastronomia e, a partir de 2016, ela e uma amiga passaram a atuar como personal chefs.

Sua carreira como empreendedora na área veio em 2021, quando fundou o bistrô Café Passado na capital sergipana.

MasterChef Profissionais
Essa versão do famoso talent show da emissora de televisão Band traz uma competição apenas entre chefs profissionais, ao contrário do programa tradicional, onde cozinheiros amadores competem entre si. 

Estão à frente do programa a apresentadora Ana Paula Padrão e os chefs e jurados Henrique Fogaça, Érick Jacquin e Helena Rizzo.

A quarta temporada conta com doze competidores e é exibida às terças-feiras, às 22h30.