Aracaju prepara homenagem às vítimas de torpedeamento de navios em Sergipe | F5 News - Sergipe Atualizado

Cultura
Aracaju prepara homenagem às vítimas de torpedeamento de navios em Sergipe
Fato histórico é considerado fundamental para a entrada do Brasil na II Guerra
Entretenimento | Por Ana Luísa Andrade 07/08/2022 16h34 |


Em 16 de agosto deste ano, completam-se 80 anos de um dos maiores marcos da história de Sergipe: o bombardeio de navios brasileiros por um submarino alemão na costa do litoral do estado.

Para relembrar o fato, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), e a Capitania dos Portos, com apoio da Marinha do Brasil, irão realizar, no dia 16 deste mês, um evento em homenagem aos 617 náufragos vitimados pelo bombardeio. 

Com local marcado para o Farol da Coroa do Meio, a iniciativa conta também com a participação da Universidade Federal de Sergipe, do 28º Batalhão de Caçadores, da Academia Sergipana de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, do Governo do Estado e do Instituto Banese.

O presidente da Funcaju, Luciano Correia, informou a programação do evento ao F5 News: no final da tarde do dia 16, será realizado ato no Farol da Coroa do Meio. Mais cedo, a Marinha realiza homenagem em alto mar, que será documentada para exibição na solenidade do Farol e disponibilizada para a imprensa e o público.

O evento continua sua programação nos dias seguintes. A partir do dia 17, ocorrerá uma exposição no Centro Cultural de Aracaju, na praça General Valadão. Além disso, o Aeroclube de Sergipe programou um seminário com a participação de pesquisadores desse episódio. A Capitania dos Portos, por sua vez, realiza, também no Farol, uma exposição do Tribunal de Justiça, que conta a história dos bombardeios.

O objetivo, segundo Luciano Correia, é resgatar essa passagem tão importante não somente para a história sergipana, mas também para todo o país, que deu início a uma série de desdobramentos na conjuntura mundial da época. Ele aponta que o episódio foi responsável por inserir o Brasil diretamente no cenário da II Guerra Mundial, dando a Sergipe um protagonismo fundamental para essa escolha.

“Foram os bombardeios desses navios que desencadearam a decisão do presidente Getúlio Vargas de colocar o Brasil na guerra, do lado dos aliados. Até então persistia um debate não muito claro e transparente, servindo mais às posições políticas de uns e outros, que acusavam Getúlio de simpatia com o regime nazista de Hitler. Mais importante do que as respostas desse debate foi a realidade que se impôs com esse fato histórico, o ataque alemão aos navios brasileiros na costa sergipana, à altura do que hoje se denominam Praias dos Náufragos e Praia do Refúgio”, considera Luciano.

De acordo com ele, os bombardeios merecem mais atenção por parte dos pesquisadores, pela dimensão dos seus significados para a história brasileira. Por esse motivo, a Prefeitura de Aracaju convidou essas instituições e preparou o ato de 16 de agosto. 

“Ao nos debruçarmos sobre esse feito do nosso passado com novas luzes, estamos criando as condições para abrirmos novas frentes nos campos da pesquisa histórica, da memória, museus, exposições e de narrativas literárias para usos do cinema, do documentarismo e das artes de maneira geral”, declara Luciano Correia.

O torpedeamento

O contexto era a II Guerra Mundial. Em 16 de agosto de 1942, Sergipe foi cenário de um trágico acontecimento: um submarino alemão torpedeou cinco navios da marinha brasileira na costa do estado - Aníbal Benévolo, Itagiba, Arara, Araraquara e Baependi. 

Historiadores relatam que as embarcações atracavam em Aracaju com frequência, transportando cargas e passageiros. A perda dos navios e de sua tripulação desencadeou comoção geral na população sergipana.

Em meio ao clima de caos e luto que se instalou no estado e também no país, o então presidente Getúlio Vargas comunicou, em 22 de agosto do mesmo ano, que o Brasil entrava na guerra ao lado dos Aliados - Reino Unido, França, União Soviética e Estados Unidos - contra os países do Eixo - Alemanha, Itália e Japão -, enviando a Força Expedicionária Brasileira (FEB) para a frente de batalha em terras italianas.

O torpedeamento foi um fato considerado fundamental para a decisão de inserir o Brasil diretamente na guerra.
 

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