Proporcionar acesso à cultura requer um planejamento que esteja aliado aos anseios dos cidadãos. Desde 2007, a realização anual da Semana Sergipana de Dança reflete o olhar da gestão estadual em prol do segmento artístico. Pela oitava vez, a agenda cultural aracajuana acolheu mais uma edição deste projeto que, a cada ano, se mostra cada vez mais sólido.

Secult encerra com sucesso 8ª edição da Semana Sergipana de Dança

A longevidade do evento é resultado do envolvimento, atenção e incentivo em torno das artes cênicas ao redor do estado. Do mesmo modo que o Festival Sergipano de Teatro e o Edital de Apoio a Produções Audiovisuais de Curtas-Metragens, a Semana Sergipana de Dança cumpre a função de, ao mesmo tempo, estimular os profissionais da área e aproximar o público.

Em 2014, a Semana Sergipana de Dança contou com 13 apresentações gratuitas, sendo 11 espetáculos de companhias sergipanas e de mais dois grupos convidados – um de São Paulo e outro de Pernambuco. Além disso, dois workshops completaram a programação desta edição, que levou aos palcos dos teatros Atheneu e Tobias Barreto um total de 111 artistas.

“Essa oitava edição teve uma repercussão positiva tanto da classe artística quanto do público, que participou das apresentações. Tivemos boa receptividade, com lotação acima do ano anterior, e uma ótima participação nos workshops”, destacou Celiene Lima, diretora do Núcleo de Projetos e Difusão Cultural da Secretaria de Estado da Cultura (NPDC/Secult). Em média, duas mil pessoas prestigiaram a dança sergipana durante os seis dias do evento.

Lazer cultural

Com acesso gratuito e aberto para toda a população, a Semana Sergipana de Dança ofereceu, assim como no Festival Sergipano de Teatro, um lazer cultural diferenciado para os sergipanos, ofertando uma  alta gama de espetáculos de qualidade. “A Semana de Dança é uma mostra muito boa para que a população possa vislumbrar o que está sendo produzido no Estado em termos de dança. Além de nos oferecer essa produção com acesso gratuito”, frisou a professora de artes, Floricélia Antero, que foi ao Atheneu na noite da última sexta-feira, 02, acompanhada da mãe e do filho.

Entre o público do Festival era possível ver inúmeros jovens, adultos ou idosos, que estavam ali para prestigiar a arte cênica sergipana produzida por seus filhos, amigos ou familiares. Este é o caso do publicitário Samir Tuffy. Ele que é namorado de uma das bailarinas da Companhia Contempodança, segunda atração da noite de sexta, afirma que tem acompanhado o evento, e acredita na força que ele possui enquanto ferramenta de acesso cultural para a população.
“Este evento é muito importante não só para os bailarinos, mas também para toda a comunidade sergipana. É um festival muito bonito, que traz grandes companhias de dança de fora e que também mostra o que temos no Estado, por isso acredito no seu valor”, completou.

No sábado a noite não foi diferente. Na penúltima noite da VIII Semana Sergipana de Dança o espetáculo “O nosso Villa: um musical Villa Lobos”, do Aria Social Espaço de Dança e Arte (PE), ofereceu à plateia do Teatro Atheneu uma experiência cênica completa, ao misturar canto, teatro e dança.

Desde as mudanças de cenário e figurino, à quantidade de componentes que sobem ao palco, a apresentação seduz pela grandeza. Ao todo, cerca de 50 pessoas (entre bailarinos, instrumentistas e percussionistas) integram o grupo pernambucano – que, assim, como a Companhia de Dança de Diadema (SP), recebeu o convite para participar desta oitava edição do evento.

“Estou encantada com esse festival. É uma forma de incentivar tanto o espectador como os que fazem arte. A gente ficou super feliz”, garante Cecília Brennand, diretora do Aria Social Espaço de Dança e Arte, ao lembrar que o musical sobre Heitor Villa-Lobos já vem em turnê desde o ano passado. “É uma pincelada de várias etapas da obra dele”, explica Cecília.

Noite de encerramento

No domingo, 04, o Teatro Tobias Barreto recebeu dois espetáculos que marcaram o encerramento da VIII Semana Sergipana de Dança: “Afeto”, do Espaço Liso Cia. de Dança, e “Experimento Incarnar”, do Coletivo Axonial. A escolha dos 11 grupos sergipanos que se apresentaram no evento foi realizada por meio de uma seleção, via edital.

“Acho muito bom oferecer uma possibilidade mais restrita, tornando esta arte mais visível”, afirmou a psicóloga Tereza Vieira, aproveitando a última noite da programação para comparecer ao teatro. “O nome “Afeto” me chamou a atenção”, completou Tereza, que é praticante de dança afro.

A última vez que a professora Iranildes Góis esteve na Semana Sergipana de Dança foi em 2012.Agora, dois anos depois, ela pôde novamente reviver essa experiência. “É uma oportunidade para as pessoas que não têm condições financeiras virem a um teatro desse porte, para prestigiar a dança como expressão corporal”, comentou Iranildes.

A Semana Sergipana de Dança é uma realização do Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), em parceria com o Instituto Banese, e conta ainda com o apoio do Sindicato dos Artistas e Técnicos de Espetáculos de Sergipe (Sated/SE)

Fonte: Agência Sergipe de Notícias/Foto: Fabiana Costa