Na derrota deste domingo (4) para o Amazonas, na Arena Batistão, um torcedor do Confiança denunciou ter sido vítima de racismo no estádio em Aracaju. A Polícia Militar foi acionada, e os envolvidos encaminhados ao Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV), que irá instaurar procedimento para apurar o caso.

Segundo as informações policiais, a vítima relatou que se aproximou da saída de um vestiário para criticar a atuação de um juiz. Os seguranças intervieram. Em uma breve discussão, um segurança teria cometido injúria racial contra o torcedor, chamando-o de "preto safado".

Confira o momento que foi flagrado pelos torcedores:

Caso de racismo na Arena Batistão após o jogo entre Confiança x Amazonas pela Série C do Brasileirão. Um torcedor foi chamado de "preto" por um segurança que depois escondeu o rosto. Um advogado que estava no estádio está tentando resolver a situação. Ele foi testemunha do caso. pic.twitter.com/AldpJIMfs4

— Gabriel Vaquer (@bielvaquer) June 5, 2023

Na manhã desta segunda-feira (5), o Confiança, mandante do jogo, publicou uma nota de repúdio ao ocorrido e afirmou que "as autoridades responsáveis estão apurando o caso para tomar as medidas cabíveis".

Confira a nota na íntegra

pic.twitter.com/Vtc0guaEMZ

— Confiança (@adc_confianca) June 5, 2023

Crime de racismo

A Lei que equipara injúria racial ao racismo já está valendo em estádios de futebol. O crime passa a ser inafiançável e imprescritível, com de pena de 3 a 5 anos de prisão, além de multa. A nova lei também enquadra crimes cometidos em locais destinados a atividades esportivas, como estádios de futebol.

Quem for condenado vai ser proibido de frequentar o local por até três anos. A pena pode ser aumentada em até a metade, se o crime for cometido por agente público, por um grupo, com intenção de diversão ou pela internet.

De acordo com levantamento do Observatório da Discriminação Racial do Futebol, o Brasil vive um aumento no número de ocorrências de racismo no ano passado, no que tange aos casos denunciados. Em 2021, o Observatório registrou 64 situações de racismo. Em 2022, foram comprovadas 90 situações, o que corresponde a um aumento de 40%.

Segundo o órgão, a alta se dá porque os atletas e outros atores do esporte têm tomado consciência da necessidade de se fazer denúncias contra as ofensas.