As denúncias constantes num documento feito por servidores do Centro de Referência da Mulher entregue ao Ministério Público e à Assembleia Legislativa foram repercutidas pelo líder da oposição, deputado estadual Venâncio Fonseca (PP), na sessão desta terça-feira, dia 13. Segundo ele, por mais que a oposição queria ter boa vontade, fica difícil, diante da situação em que se encontra a saúde pública em Sergipe, onde, disse o parlamentar, a cada dia surge uma denúncia diferente.

Deputado denuncia difícil situação do Centro de Referência da Mulher

Entre os pontos relatados no documento elaborado pelos funcionários, as péssimas condições do prédio, onde parte do teto teria caído sobre um servidor, computadores quebrados, aparelho de colher material ginecológico liberando descarga elétrica na paciente, falta de ácido para tratamento do local, material como pinças diversas que deveria ser descartável sendo esterilizado várias vezes para ser reutilizado, aumentando o risco de infecção, transporte de material para biópsia em tubos reutilizados que deveriam ser descartáveis, atraso na entrega de exames, entre outros. “É o caos de um centro que foi referência e hoje deixou de ser no governo do PT, no governo da mudança, naquele que veio para mudar e realmente mudou, mas mudou para pior”, declarou.

O parlamentar disse que toda essa situação deixa uma preocupação, pois não está só afetando os funcionários, que estão sendo impedidos de exercer seu trabalho, pelas condições que são oferecidas pelo governo do Estado. “É uma situação constrangedora. E o pior é que os servidores estão muito preocupados com possibilidade de vinculação deles à Fundação de Saúde, que foi criada pelo governo e hoje não tem crédito”, disse Venâncio Fonseca.

O deputado ressaltou que os funcionários do Centro estão preocupados com essa notícia. Ele lembrou que a criação das fundações estaduais foi aprovada na Assembleia com o voto contrário da bancada de oposição. “Que naquela época já mostrava que não ia dar certo. E a situação dizia que as fundações iam ser a salvação para a saúde em Sergipe, porque ia desburocratizar o funcionamento da máquina administrativa na área da saúde, principalmente na compra de remédios e equipamentos”, disse.

No entanto, para o líder da oposição as coisas só pioraram, por conta da burocratização e as dívidas que têm hoje as fundações.  “Já viu quem não tem crédito ter moral para nada? Não tem condições de cobrar nada e, segundo a imprensa, a dívida já pode chegar a R$ 70 milhões. A Fundação deve a médicos, funcionários, fornecedores e terceirizados. E hoje os funcionários do Centro de Referência da Mulher estão por demais preocupados, pois era um trabalho que era bonito de ser feito, mas hoje se encontra numa situação constrangedora, com funcionários desestimulados por falta de condições”, avaliou. O deputado solicitou que o governador Marcelo Déda tenha uma atenção especial para com o Centro de Referência, principalmente no que tange à não vinculação com a Fundação de Saúde, pois isso tem causado terror aos funcionários.

Detran

Ainda em seu pronunciamento, o deputado Venâncio Fonseca sugeriu que a Casa aprovasse um requerimento solicitando informações ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran) para saber uma situação que estaria acontecendo no município de Moita Bonita. O parlamentar disse que recebeu informação de que houve a inscrição de 60 pessoas na prefeitura do município para que tirassem a carteira nacional de habilitação gratuitamente.

Ele disse que ontem um grupo de 20 pessoas já foi encaminhado para o município de Itabaiana e posteriormente outros dois grupos também serão mandados. “Eu acho que a Assembleia Legislativa tem que saber que tipo de programa é este, para estender aos outros municípios, para não haver discriminação. Todo mundo tem o direito de fazer parte desse programa. Pois várias pessoas têm vontade de tirar e muitas não têm condições”, disse Fonseca.

Da Agência Alese