"Foi eu quem ajudou João a construir as grandes obras", diz Machado | F5 News - Sergipe Atualizado

"Foi eu quem ajudou João a construir as grandes obras", diz Machado
Ex-deputado diz que isso foi levado em conta para definição do vice
Política 05/07/2012 08h50 |


Por Joedson Telles

Definitivamente, o ex-deputado federal José Carlos Machado (PSDB) não quer ser uma mera peça decorativa, caso o ex-governador João Alves Filho (DEM) confirme as pesquisas nas urnas e assuma pela segunda vez a Prefeitura de Aracaju, tenso ele como seu vice-prefeito. Ao menos é a impressão que se tem ao ler a entrevista que segue. Machado se mostra atento aos desafios, aponta problemas, soluções critica e emite sinais de que sabe o valor que tem. "Eu ouvi do senador Eduardo Amorim e do ex-governador João Alves que as eleições de 2014 vão ser tratadas no momento certo. Eles vieram com um agrupamento de 10 partidos e disseram que sabiam de minha importância e do meu engajamento no lado de João Alves e não iam brigar pela vice. João disse que eu fui um homem que foi seu secretário na Prefeitura de Aracaju, em dois governos e foi eu quem o ajudou a construir essas grandes obras que hoje estão aí a vista em Aracaju e em todo Estado.Isso foi levado em conta", a entrevista.

 

O desafio do DEM é ratificar nas urnas o favoritismo que as pesquisas dão ao candidato João Alves Filho, quando o assunto é a Prefeitura de Aracaju. O grupo sabe como fazer isso?

Claro. Há uma expectativa muito grande. Ao percorre Aracaju, você percebe que há um sentimento de revolta e decepção porque, embora reconhecendo que Aracaju detém um certo índice que qualidade de vida, convive com problemas gravíssimos. Se percorremos a zona mais nobre de Aracaju, está tudo quase bem. Mas, se nos deslocarmos à periferia são problemas gravíssimos, além daqueles que atingem a todos, como a Saúde Pública. O Jornal Nacional mostrou. A culpa não é da prefeitura. Em uma cidade como Aracaju, o Estado tem que estar em perfeita harmonia com o município, para dar mais condições na área da saúde. As ações têm que ser integradas. Em termo de transporte, tem uma placa de parada de ônibus, mas não tem abrigo. As pessoas ficam na calçada de uma avenida por duas ou três horas na esperança de que um ônibus passe, e vem sol e chuva. Quando o ônibus passa é desconfortável e com tarifa elevada. A Prefeitura de São Paulo integrou a Guarda Municipal em ação conjunta com a Polícia Militar. Na área de infra-estrutura, as obras não se concluem. Eu fico sem entender por que tanto descaso de duas obras fundamentais anunciadas com um grande estardalhaço, que o Lula veio a Aracaju anunciar o primeiro PAC a atender uma capital brasileira. O prefeito disse que estava com os problemas resolvidos e que as obras do Coqueiral e do Santa Maria estariam concluídas em 2009. Essa festa foi em 2007 e já se passaram cinco anos. Essa reforma do Calçadão da Beira- Mar, ele concluiu no prazo. Falta disposição para trabalhar porque tem soluções que são simples, mas que, às vezes, resolvem problemas complexos. Qual é o problema de construir um abrigo de ônibus? Imagine a frustração do cidadão que depois de oito horas de trabalho se posta em um abrigo que não abriga, fica horas e horas esperando um ônibus, que quando vem é desconfortável. Isso tudo frustra e cria no subconsciente do eleitor um desejo de mudança. Os números mostram isso com absoluta tranquilidade. Tivemos momentos de definições, reaglutinamos um agrupamento que já existiu no passado. Esse grupo que hoje é comandado pelos Amorim em Sergipe já fez parte do grupo de João Alves. Foi um reencontro. Sempre me perguntam o que foi negociado. Absolutamente nada. Quem participa de uma coligação quer participar da futura administração, e nada mais natural do que isso. Não falamos das eleições de 2014 em momento nenhum. Eu ouvi do senador Eduardo Amorim e do ex-governador João Alves que as eleições de 2014 vão ser tratadas no momento certo. Eles vieram com um agrupamento de 10 partidos e disse que sabiam de minha importância e do meu engajamento no lado de João Alves e não iam brigar pela vice. João disse que eu fui um homem que foi seu secretário na Prefeitura de Aracaju, em dois governos e foi eu quem o ajudou a construir essas grandes obras que hoje estão aí a vista em Aracaju e em todo Estado.Isso foi levado em conta. Eu sei que não tem eleição ganha porque nós estamos apenas começando. Estamos fazendo um projeto para colocar à disposição do eleitorado e mostrar que o melhor caminho é João Alves.

 

E aquela frase do ex-governador de não querer o poder pelo poder?

O objetivo não é o poder pelo poder. Tem que chegar ao poder para promover as transformações, para atender aos anseios da população, para melhorar e transformar, e isso não é fácil. Aracaju é uma capital onde você, realmente, percebe que tem qualidade de vida só na zona nobre. Nas conversar que tenho tido com João, ele absolve isso com muita convicção. Ele diz que ganhando as eleições vai ser prefeito para todos, mas tem que concentrar a sua capacidade de trabalho para atender, sobretudo, aos mais pobres. Qualquer cidadão percebe que os mais ricos não precisam de prefeito. O mais rico não se dirige a um posto de saúde para buscar uma receita ou um remédio. Ele dispõe de planos privados. Ele não matricula seus filhos na rede pública e busca a rede privada. Ele utiliza o transporte individual, porque tem um ou dois automóveis e não precisa passar horas e horas em um abrigo esperando por um ônibus que não sabe quando vai passar. Então, é essa a população que vai merecer, sobretudo, a atenção do futuro prefeito de Aracaju. Ele tem esse lema de governar para os mais pobres, mas sabendo que foi eleito para governar a cidade como um todo.

 

 

E quanto às críticas do candidato do PPS, o deputado federal José Almeida Lima? De alguma forma, isso prejudica?

Eu estaria mais preocupado se Almeida Lima estivesse procurando a imprensa para elogiar João Alves. Eu tenho um certo respeito pelo Almeida, e não posso desconsiderar o seu trabalho feito por Sergipe, principalmente quando ele foi presidente da Comissão de Orçamento. Ele teve todas as oportunidade e fez realmente alguma coisa. Por conta disso, eu digo que ele deveria continuar como parlamentar, já que ele se diz como o parlamentar que trouxe mais recursos para Sergipe e para Aracaju, então continue lá fazendo por Sergipe e ajudando João Alves, agora, a partir de 2013. Ele está se mostrando, profundamente, contraditório. Buscou o apoio de Amorim até o último momento. Como Amorim fez uma opção que não foi por ele, esse, agora, não faz política e faz negócios. Eu acho que a postura correta de um político não deve ser essa. Tem que ter uma postura de humildade. Se eu busquei e não consegui, paciência. Nada de positivo João fez por Sergipe? Nada de positivo Valadares fez por Sergipe? Todos fizeram, uns mais e outros menos. Almeida precisa entender que João fez muito mais do que todos eles juntos. Eu estava em uma mesa com uns jovens recém-formados, alguns ainda nos últimos anos de faculdade, e fiz uma enquete e todos manifestaram a intenção de votar em João e eu perguntei por quê. Muitos me disseram que o pai disse que grande parte das obras importantes de Aracaju foi João Alves quem fez. Os pais passaram essas informações para seus filhos e eles disseram isso. O que João fez quando prefeito e quando governador por Aracaju são intervenções atualíssimas. As grandes escolas que atendem ao ensino fundamental aqui em Aracaju foram construídas por João Alves: o João Alves no cruzamento da Hermes Fontes com a Saneamento e o Dom Luciano na rua Itabaiana. A orla é uma das orlas mais bem urbanizadas desse país. Todo mundo que vê se encanta. Essas avenidas que hoje compõe o sistema viário de Aracaju, com raríssimas exceções, foi João quem construiu a 35 anos atrás. O Hospital João Alves. Tudo isso fica no subconsciente da população e vem o desejo de mudar o atual grupo. Comandaram administrativamente Aracaju por 30 anos, um pouco mais ou um pouco menos, e pouca coisa foi feita. Eu quero me deslocar e não consigo. Eu saía daqui (Bairro São José) e ia para o apartamento onde eu moro e levava 10 minutos, e hoje levo 40 a 50 minutos porque não existe mobilidade, o trânsito não flui, porque as vias são as mesmas e o número de veículos aumentou 10 vezes mais. As soluções para resolver o problema do trânsito não serão simples, serão complexas e caras porque nem preservar os espaços eles souberam fazer. Eu presenciei nas andanças ao lado de João Alves e ao lado de engenheiros e arquitetos que trabalharam conosco. A avenida Euclides Figueiredo, eu me lembro que o governo da época indenizou uma faixa de 30m de largura e administraram Aracaju, nos últimos 30 anos e não souberam nem preservar isso. Agora, fica difícil. Eu digo que é preferível tratar sobre planejamento urbano em Aracaju do que planejamento político. Quando se trata de planejamento urbano eu digo a ele (João) que ele se renova, fica vibrante. Ele gosta e tem uma mente fertilíssima. Ele é um cara que vai inovar a administração de Aracaju e em pouco tempo vai transformar isso aqui em um canteiro de obras.

 

Em algum momento, João Alves disse ao senhor que planeja fazer da Prefeitura de Aracaju um trampolim para o governo do Estados, como alguns pregam?

Ele foi categórico comigo: "eu vou ser prefeito por quatro anos. E se for preciso para deixar Aracaju arrumada, eu vou tentar a reeleição e se ganhar vou governar por mais quatro". É isso que domina o pensamento dele. A conversa era que João ia se eleger e sair com um ano e meio e Machado assumir, e agora já mudaram. Machado não assume mais. Machado vai sumir. Almeida antes dizia que eu fui me oferecer ao grupo de Amorim e abrir a mão da vice para ir para o Tribunal de Contas. Agora já é Machado se elege como vice-prefeito, assume o cargo para o Tribunal de Contas, João sai da prefeitura para assumir o governo e quem assume é o presidente da Câmara Municipal. Eu acho que Almeida como futurólogo é um fracasso. Fica um conselho para ele, já que se julga o mais competente parlamentar sergipano das últimas décadas: continue lá como parlamentar, ajudando ao Estado e aos municípios que precisam e, sobretudo, Aracaju.

 

É possível encarar uma campanha para prefeito de Aracaju apenas criticando, sem pensar em um projeto para resolver os problemas da cidade?

Os problemas não são simples. São extremamente complexos e se acentuaram, sobretudo pela falta de capacidade de planejar. Nem preservar os espaços para que no futuro acontecesse as intervenções preservaram. Eu presenciei na Zona de Expansão canais naturais que a prefeitura permitiu que fossem aterrados. Uma coisa absurda, descabida, irracional até. Não estou culpando esse ou aquele prefeito. Uma pessoa que quer uma Aracaju moderna que quer Aracaju com uma qualidade de vida, que pensa em um futuro melhor para Aracaju, tem que se debruçar e ter disposição para pensar e planejar. A Organização Mundial de Saúde estabelece a área ideal de verde por habitantes é de 10 metros quadrados. João saiu da prefeitura e deixou dez ou um pouco mais de dez. Hoje, está menos de seis metros quadrados por habitantes. Ali em frente ao Tecarmo é uma área considerada verde e, hoje, é de repente vê a área cercada para construção de posto de gasolina. Isso não é racional. Quem administra a cidade deve ter essa visão. O coletivo deve prevalecer sobre o interesse privado. O que se percebe é que, nos últimos anos, o privado prevaleceu sobre o coletivo. Aquele complexo formado pelo conjunto João Alves, Marcos Freire I e II, Albano Franco. Ali em Socorro. A qualidade da parte urbanística de Socorro é muitas vezes superior a qualidade dos bairros recém-implantados em Aracaju. Você percorre o complexo de Socorro e vê avenidas largas, canteiros para passeios bem dimensionados, áreas verdes. Nos bairros implantados nas proximidades dos Jardins você não encontra área verde. As ruas bem mais estreitas que as ruas do conjunto Augusto Franco. Quem planejou aquele complexo de Socorro colocou o coletivo acima do privado. O Jardins pode ter uma ou outra aera verde restrita, mas não é isso que manda o bom planejamento. O bom planejamento manda que se priorize o coletivo em detrimento do privado. Quando você faz isso está tudo certo.

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