“Não tenho dúvida: João é pré-candidato”, assegura Machado
A imprensa fala de pré-candidatos da oposição. Vamos falar da situação Política 08/02/2015 05h05 |Por Joedson Telles
O vice-prefeito de Aracaju, José Carlos Machado (PSDB), superou os problemas de saúde que o impediram de disputar as eleições 2014, está trabalhando num ritmo forte e, apesar de apostar 100% na pré-candidatura do prefeito João Alves Filho (DEM) à reeleição, está pronto e, sobretudo, disposto para ser o nome da situação, caso João Alves não queira ir para o embate, em 2016. Machado conversou com o F5 News sobre essa possibilidade e outros assuntos políticos – como a polêmica em torno das verbas de subvenções envolvendo deputados na Assembleia Legislativa de Sergipe, a difícil situação financeira pela qual passam Estados e municípios brasileiros e as críticas que o PT vem fazendo à gestão João Alves. A entrevista:
Como o senhor avalia essa medida de cancelar o carnaval de Aracaju?
Foi decisão do prefeito João Alves. Quem governa sabe separar o importante do fundamental. Imagine um servidor que ganhe um salário mínimo ou mais, ele tem que pagar suas contas no final do mês, e chegar à Caixa e não ver seu dinheiro? É uma frustração total. A opção foi essa: não tenho dinheiro para pagar a folha como vou fazer carnaval? Foi uma medida importante tomada pelo prefeito, ele não queria fazer isso, mas, foi o que teve que fazer.
É tanto que, recentemente, o prefeito enviou Projetos de Lei à Câmara Municipal visando enxugar a maquina...
Ele tinha que fazer isso nessa crise do país. Lamentavelmente, somos obrigados a dizer algumas atitudes passadas do Governo Federal quando concedeu incentivos às empresas automobilísticas, tirando exatamente do Fundo de Participação dos Estados e Municípios. Isso levou os mesmos a quebrarem, e Aracaju não ficou fora disso. Com as quedas das transferências ditas constitucionais, a queda dos royalties foi quase uma imposição para que o prefeito tomar essas medidas, para economizar cerca de R$ 80 milhões por ano. Essa economia será revertida para ajudar a população que está com sérios problemas. Vai resolver os problemas da população mais carente.
O líder da oposição na Câmara Municipal, o vereador Iran Barbosa, disse, durante a votação destes projetos, que João Alves “não disse a que veio”. Como o senhor avalia este juízo?
Se eu estivesse no lugar de Iran diria a mesma coisa. São dois os papeis da oposição: um é esse que Iran está fazendo, criticando tudo que o prefeito encaminha. O outro é fazer propostas alternativas. O que ele propõe para resolver os graves problemas dos municípios brasileiros? Ele não diz que esses problemas são decorrentes da administração da presidente Dilma, que por muitos anos ele defendeu e é do partido dele. Esse projeto de João é a melhor alternativa para a situação.
As críticas do presidente do PT, Rogério Carvalho, à gestão João Alves vão na mesma linha?
Respeito muito os adversários. Você não pode desconhecer o preparo de Rogério Carvalho. Começou há pouco tempo na política, mas hoje é presidente do seu partido aqui em Sergipe. Mas quando foi secretário da saúde em Aracaju e no Governo de Sergipe foi quando começou um caos na saúde, com a Fundação da Saúde. Hoje, as fundação devem mais de R$ 150 milhões. Se os fornecedores forem à Justiça cobrar, a Justiça pode exigir a penhora de alguns bens das fundações, que são o Hospital João Alves Filho, a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes. Para mim, a grave crise na saúde em todo estado começou quando essa medida de Rogério foi aprovada. Essas obras demoraram mais de seis anos para serem cumpridas, e ainda devem ter algumas a serem cumpridas. As que funcionam não são nem a metade dos investimentos que vinham para Sergipe. 60% eram para Aracaju, pois era onde estavam as prioridades. Você em Arauá não conseguia fazer um exame de ressonância magnética. Tinha que vim para Aracaju, e a clínica que faz cobra a Prefeitura de Aracaju, quando ele saiu para ser secretário do Estado isso caio para 30%.
E essa polêmica das verbas de subvenções envolvendo deputados estaduais? Para quem passou muito tempo no legislativo, o senhor tem sua visão, não?
A lei que tratou das subvenções foi em 2003. Eu fui deputado eleito 2002. Nós tínhamos uma verba de R$ 100,000. Não era permitido se fazer o que faz hoje. Têm ONGs sem expressão que receberam R$ 2 milhões. Uma coisa profundamente preocupante. Mas acredito que a atual legislatura será inteligente para entender os anseios do povo de Sergipe. Estamos falando de R$ 36 milhões. Esse atendimento ao parlamenta com emenda ao legislativo só existe em Sergipe. Deputado tem direito de fazer orçamento da União, mas não no Executivo. Está na hora de pensar e reformular isso. Dar mais transparência a todo esse processo. Não se fala em acabar, embora o Ministério Público tenha entrado com uma ação de inconstitucionalidade da lei de 2003 das subvenções. Agora o que a lei vai decidir eu não sei, mas está na hora de a Mesa Diretora (da Assembleia) chamar os seus pares e conversar. Repensar isso. Vamos ver se a Mesa Diretora liderada por Luciano Bispo encontra uma solução. Agora é muito dinheiro: são R$ 36 milhões por ano. Políticas públicas cabem ao Executivo. Legislativo não tem nada a ver com isso. Se pegar na Constituição tem lá as atribuições, às obrigações do Legislativo.
E essas andanças de João Alves? É 2016 chegando, Machado?
Têm muitos entusiasmados com a reeleição de João. O mais sou eu. A imprensa fala muito de pré-candidatos a prefeito da oposição. Vamos começar a falar da pré-candidatura da situação. Vamos começar a falar se João Alves não for (pré-candidato), eu espero que ele seja, mas nomes como Laércio Oliveira (deputado federal), eu não me excluo... Agora fica falando de Valadares Filhos, Eliane Aquino, Robson Viana, Fábio Henrique, o PDT pode ter pré-candidato, Ana Lúcia pelo PT... Está na hora de a imprensa falar dos pré-candidatos da situação. Laércio Oliveira é um grande nome, eu não me excluo. Quando o prefeito me deixa no cargo demonstro disposição. Tem uma coisa fundamental para um gestor que é pensar. Afeta o serviço público gestor que não pensa.
Até quando Machado vai esperar essa definição, se João vai ou não vai?
Não tenho dúvida: João é pré-candidato.
Mas é preciso “um lustre” na gestão, não concorda?
João Alves está saindo do gabinete. Está rodando Aracaju. A grande maioria dos moradores está preocupada com ônibus, terminais, abrigos, os taxistas estão preocupados com os buracos nas ruas... O prefeito está preocupado com os mais pobres, e os mais pobres estão na periferia, estivemos no Japãozinho e a popularidade de João ainda é grande. Aquilo que ainda não foi realizado ainda tem tempo de ser.


A mudança ocorre devido ao início da reforma estrutural do Centro Administrativo

Emília Corrêa defende garantias individuais

Recursos fortalecem saúde, esporte, infraestrutura em dezenas de municípios

Ele afirmou que nunca pensou em sair do país ou se asilar em embaixada

Padilha inaugura serviços no HAIL, entrega ambulâncias e visita obras do Hospital do Câncer