Violência toma conta do interior de Sergipe
Juízo é do deputado Venâncio Fonseca, que culpa o Estado Política 05/06/2012 16h06 |O líder da oposição na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Venâncio Fonseca (PP), disse, na sessão desta terça-feira (5) que o governo comete equívocos, ao manter contingentes insuficientes no interior, deixando a população desprotegida. O parlamentar afirma que a violência faz com que a Justiça cancele festas e tome medidas duras, como proibir as agências dos Correios de atuarem como bancos postais.
Venâncio lembrou em seu discurso que esteve há 15 dias em Boquim para participar de uma discussão sobre violência e a carência das delegacias no interior, com a participação de representantes da igreja, da sociedade e dos delegados, inclusive do comandante do batalhão de Boquim. Citou ainda a participação dos deputados Luis Mittidieri e capitão Samuel, além do prefeito de Boquim. Segundo ele, a decisão do governo o surpreendeu. “Pensei que depois do debate o governo iria enviar mais soldados, uma melhor estrutura. E o que aconteceu? Depois do depoimento, o delegado foi transferido, o comandante do batalhão também foi transferido”.
“E na outra semana os bandidos foram a Boquim e destruíram o Banco do Brasil, virou o banco do Iraque. A partir das nove da noite ninguém sai à noite, com medo dos bandidos. Imaginava que viesse ajuda do governo para a cidade de Boquim, mas vieram as transferências”, lamentou o líder da oposição. “O que não pode é acontecer isso. A população debate sobre segurança e vem punição”.
O deputado disse que o trio que cuida da segurança pública (Eloy, Iunes Catarina) é bom, mas segundo ele, os dirigentes têm que ter mais amor à tarefa de cuidar da segurança e menos apego ao cargo. “Dê condição a quem vai trabalhar porque os bandidos tomaram conta. A cada dia são dois homicídios em Sergipe, e não são dados do deputado Venâncio. Em São Domingos denunciamos um torturador, mas como foi o deputado Venâncio que denunciou, retornaram com o torturador”, declarou.
“A sociedade está desprotegida em todas as cidades do interior porque não há contingente policial suficiente. Inauguram novas delegacias, mas não funcionam, faltam policiais, são elefantes com placas vermelhas. O homem do interior não pode mais criar galinhas de capoeira porque os marginais levam tudo. Em Itabaiana os marginais levaram as armas dos policiais”, comentou. Venâncio disse ainda que o concurso anunciado deve convocar os aprovados apenas em 2014, para o próximo governo pagar. “O comando da PM está numa situação deplorável. Iunes é competente, mas quero ver se ele vai ser salvador da pátria sem contingente”.
De acordo com o líder da oposição, as delegacias não têm condições de abrigar os bandidos e o governo tem apenas quatro rabecões no IML, 'que só pegam no empurrão'. Corpos ficam até doze horas esperando serem transportados. “O PT passou anos criticando e quando assume o governo não tem solução para nada. Os petistas não gostam de trabalhar, não são aptos ao trabalho”, disse.
O deputado estadual Capitão Samuel disse que o assunto é recorrente no legislativo e que há concurso para a PM, mas lembra que em cada município ficam apenas dois soldados da PM, mas não tem policial civil e não tem escrivão. “Que adianta só policial militar? É um equívoco. Quem investiga os crimes? Fazer concurso por fazer, sem chamar? Até que os PMs concursados sejam chamados vamos viver dias difíceis na segurança pública. Amanhã o secretário da Fazenda virá para a Alese mas não vai dar boas notícias”, observou.
O deputado Luis Mittidieri disse que o assunto segurança pública preocupa a todos e que a sociedade precisa tomar algumas posições. “Ninguém investiu tanto em segurança pública como o governo Déda. O trio da segurança pública é competente e alguma coisa está errada. Hoje o criminoso está ligado às drogas e ele não tem medo de morrer. E é preciso um combate efetivo em relação às drogas. O efetivo policial de Boquim foi aumentado, se pensando na micareta que a cidade realiza”.
O líder do governo, deputado estadual Francisco Gualberto, disse que não era especialista em segurança pública, mas tem a visão de que a equipe é formada por peças preparadas, que mostraram isso ao longo do tempo na atividade policial. O deputado disse que, entretanto, no dia em que João Eloy deixar o cargo, Capitão Samuel seria o próximo secretário, “porque para ele tudo é fácil, as soluções são fáceis”. “Por que nunca solucionaram a questão da segurança em outros governos? Vossas excelências são especialistas em segurança pública”, ironizou Gualberto.
Gualberto disse que dia desses viu um delegado fazendo explanação sobre a situação da segurança, mas não falou das delegacias inauguradas, não citou que o governo entregou 40 novas delegacias. “Não sei se ele estava em Sergipe quando as delegacias eram escoradas com madeira. No governo de João Alves não havia uma única delegacia que prestasse”, comentou.
O deputado estadual Gilson Andrade disse que muitos dos crimes cometidos em Sergipe têm a ver com a drogas. Para ele, o combate ao tráfico seria uma arma importante para reduzir a violência. A deputada Ana Lúcia disse que era preciso discutir o caráter de algumas festas e que o São João é um evento que todos os sergipanos gostam de celebrar. Para ele, a polícia precisa ser preventiva e não apenas punitiva. “Precisamos constituir um fórum para se discutir isso. A população está desprotegida e não pode desfrutar de suas áreas de lazer”.
Da Agência Alese


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