Brasil pode dobrar empregos com veículos elétricos até 2050, diz estudo
Estudo aponta geração de renda e avanço industrial com eletromobilidade Brasil e Mundo 09/07/2025 13h30 |A produção nacional de veículos elétricos tem potencial para dobrar o número de novos empregos no Brasil até 2050. É o que revela um estudo inédito do Conselho Internacional de Transporte Limpo (ICCT Brasil), realizado com apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
Intitulado “A transição da indústria brasileira para veículos elétricos e seus efeitos em emprego e renda”, o levantamento foi desenvolvido por pesquisadores do ICCT, da Unicamp e da USP. A pesquisa aponta que a aposta na fabricação local de baterias e na qualificação de profissionais pode assegurar uma transição energética justa e impulsionar o surgimento de uma nova cadeia industrial no país.
Os empregos projetados estão majoritariamente concentrados em serviços técnicos, engenharia, logística e comércio, além de setores manufatureiros ligados à produção de veículos, máquinas e equipamentos elétricos.
O crescimento do número de empregos está associado ao aumento da demanda agregada e à expansão de segmentos industriais como o de baterias e componentes elétricos. Por outro lado, é esperado um encolhimento em setores como combustíveis fósseis, agropecuária e autopeças.
O estudo também revela que a renda gerada no cenário de eletrificação é 85% superior à atual, com uma distribuição mais favorável aos trabalhadores: 53% do valor adicionado vai para salários, ante os 45% do modelo vigente.
“As vendas de elétricos já começaram a crescer no Brasil. Mas precisamos olhar também para os impactos sociais e econômicos dessa transição”, afirma o diretor-executivo do ICCT Brasil, Marcel Martin.
O comércio exterior também é um ponto de atenção. Sem políticas para incentivar exportações, o país pode perder até 14% do potencial de geração de empregos. Mesmo assim, a eletrificação ainda representaria um aumento de 88% nos empregos líquidos em relação ao cenário atual. Entre as medidas sugeridas pelo estudo estão incentivos fiscais, linhas de crédito para exportação e acordos comerciais com países da América Latina.
Fonte: ONU





