Cotas nas universidades voltam à discussão
Cotidiano 26/09/2012 09h46 |Por Elisângela Valença
Em época de inscrição de vestibular, a reserva de vagas para cotas nas universidades públicas volta à discussão dentro da sociedade. Em agosto deste ano, a presidenta Dilma Roussef, sancionou a lei que institui a reserva de 50% das vagas ofertadas em instituições federais de educação superior para estudantes provenientes de escolas públicas.
De acordo com a lei, cada instituição deverá preencher as cotas com autodeclarados pretos, pardos e indígenas na mesma proporção em que esses segmentos são encontrados na unidade da Federação em que se localiza a instituição, de acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Metade do total de cotas, o que corresponde a 25% das vagas da instituição, deve ser preenchida com estudantes vindos de famílias com renda igual ou inferior a 1,5 salário mínimo per capita.
Na Universidade Federal de Sergipe (UFS), de todas as vagas do vestibular (exceto uma em cada curso destinada a candidatos com necessidades educacionais especiais), 50% são reservadas para aqueles que comprovem ter cursado com êxito cem por cento do ensino médio em escolas públicas das redes federal, estadual ou municipal de ensino, e no mínimo, quatro séries do ensino fundamental nessas mesmas instituições.
As cotas surgem para corrigir a desigualdade no acesso a universidades públicas, onde a maioria dos alunos é de classe média. Mas o tema ainda divide opiniões.
“A
cho importantíssimo e super válido. Não é a maneira ideal de se democratizar o ensino, o certo seria começar pela educação de base, mas pelo menos diminui essa inversão que existe no sistema educacional brasileiro, que reserva quase que 100% das vagas da universidade pública pra quem pode pagar uma particular”, Maira Magno, bailarina e arte-educadora.“Não acho que seja a forma ideal. Mas, se analisarmos a história da humanidade, sempre existiu uma parcela da sociedade que pagou para que outra parcela pudesse avançar. Foi assim com os escravos. Agora, chegou a vez de mais uma parcela ser "sacrificada" pelo bem de outra parcela”, Luciano Souza, radialista.
“Boa parte dos conhecimentos adquiridos pelos estudantes não vem só das escolas. Os filhos das classes A e B fazem intercâmbio no exterior, tem assinatura de revistas, TV a cabo, internet em casa, pais de nível intelectual considerável que ‘sabem’ como guiar seus filhos e lhes dar o exemplo do sucesso através do estudo, é toda uma relação social e familiar montada para que o aluno se sinta motivado e que ingresse com mais facilidade no mercado de trabalho. Com tudo isso, este cidadão se encontra em ampla situação de vantagem sobre quem tem que vencer esta barreira”, Ildomário Gomes, estudante de escola pública, formado em Ciências Contábeis e estudante de Direito pela Universidade Federal de Sergipe (UFS).
“Sou contra. Cor em momento algum incapacita alguém de chegar onde se objetiva, temos tantos exemplos. Além disso, entendo que as cotas são referências de separação, o que caracteriza racismo e não inclusão”, Wesley chaves, publicitário.
“Não é certo, já que as universidades federais sugiram para atender a um público carente, que sempre estudou em instituições públicas, no entanto, alunos que estudam em instituições privadas migram para universidades públicas. Hoje, as cotas se tornam necessárias, uma vez que o ensino público está mascarado (e sucateado), por vários fatores, entre eles: estrutura física das escolas precária, salário dos profissionais de educação defasados, superlotação das salas de aula, falta de compromisso da família, resumindo, falta de políticas públicas direcionadas as particularidades regionais. Tudo isso faz com que se tornem necessárias as cotas nas universidades, para corrigir uma lacuna causada por nossos governantes”, Cleber Pinheiro, professor de Educação Física.
“É uma questão complicada. No início pensava que deveria contemplar os pobres. Ouvi opiniões diferentes e convincentes. Hoje, pelo que tenho visto, não tem prejudicado em nada e está dando acesso a quem não tinha”, Ricardo Cardoso, publicitário
“Dificuldade de acesso ao ensino superior não se resolverá abrindo algumas vagas ou cotas, pois é subjetivo definir quais são os critérios para as reservas, como definir se o vestibulando é negro ou moreno. É subjetivo”, Sheyla Fonseca, radialista.
“Sou favorável às cotas sociais que contemplem também a questão étnica. Agora, não basta dar vaga, porque o acesso não significa permanência. É preciso uma política de apoio para evitar a evasão e a repetência”. Luciano Aranha, professor de Educação Física.


Sanção da Lei nº 15.212/2025 reafirma legado de Maria da Penha e defesa da vida feminina

Após desidratação severa e episódios de desmaio, parlamentar seguirá tratamento em casa

O objetivo é reduzir o descarte irregular nas ruas, canais e terrenos baldios

Alerta faz parte das ações da Semana Nacional do Trânsito

Cidade é a única do interior sergipano na nova categorização do Ministério do Turismo