Doador de órgãos tem nova identificação emitida após a morte em Aracaju
Os documentos antigos estavam rasurados, portanto a doação não poderia ser realizada Cotidiano | Por F5 News 26/07/2023 15h40 |Um paciente do hospital São José, em Aracaju, com autorização da família para doação dos órgãos, faleceu no último fim de semana na unidade de saúde, mas, inicialmente, não pôde realizar o procedimento por estar com os documentos rasurados.
O doador, diagnosticado com morte encefálica, estava apto e liberado pelo fazer a doação após o óbito, porém a Central de Transplante de Sergipe identificou que os documentos não estavam adequados, e caso eles não fossem expedidos de forma ágil, a demora poderia impossibilitar a doação, visto que a parada do coração e de todos os órgãos é inevitável depois de algum tempo.
Para resolver o problema, a Central de Transplante de Sergipe solicitou o auxílio do Identificação Papiloscopista Wendel da Silva Gonzaga (IIWSG) que encaminhou um profissional papiloscopista para realizar o procedimento de identificação por meio da digital do paciente e providenciar a documentação do próprio.
O diretor do Instituto de Identificação, Jenilson Gomes, conta como foi feito o trabalho que surpreendeu por ser um ato de solidariedade por parte da família.
"Nossos papiloscopistas de plantão foram atender de imediato porque é um trabalho que, para nós, já é tido como prioridade no Instituto de Identificação. Nesta situação, nós trabalhamos para minimizar a dor da família no que diz respeito a identificação para liberação posterior do corpo. Mas, acabamos ,recebendo a grata surpresa de que se tratava de um indivíduo onde a família tinha o desejo de doar os órgãos. Então, se a equipe já trabalhava de forma prioritária, neste caso foi um empenho a mais. O Instituto garantiu sua perfeita identificação e foi possível realizar o desejo de todos”, afirma.
O chefe da Divisão Criminal do IIWSG, papiloscopista Marcos Manelito, explica que essa foi uma situação que envolvia vidas e, por isso, a equipe trabalhou com agilidade para que os órgãos não fossem perdidos.
“Dada a solicitação da Central de Transplante de Sergipe para identificar o paciente, houve uma maior agilidade da nossa equipe de plantão, já que a demora apontava o risco de perder a agilidade da retirada dos órgãos para efetuar o transplante. Como tudo ocorreu no sábado, a situação ressalta a importância do plantão 24h para atender todas as demandas da capital e do interior do estado no tocante a hospitais, delegacia de polícia e todos esses esses órgãos. Neste caso, a importância se dá pelo fato de que se não tivesse agilidade na identificação, a central de transparente deixaria de atender a demanda, os órgãos estariam perdidos e o transplante não iria acontecer”, destaca.
Central de transplantes
O coordenador da Central de Transplantes de Sergipe, Benito Fernandez, explica o passo a passo do contato com a família do paciente diagnosticado com morte encefálica, que ocorre pelo intermédio da Comissão Intra Hospitalar para Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), que todos hospitais devem ter.
“Segundo a legislação brasileira, quando o médico suspeita que o paciente tem morte encefálica (ME), ele deve informar aos familiares que vai investigar se realmente o paciente encontra-se em ME. O protocolo do Conselho Federal de Medicina estabelece que deverão ser feitos dois exames clínicos e um complementar, que demonstre ausência de atividade elétrica ou ausência de metabolismo ou ausência de fluxo sanguíneo. Em cada etapa, a família deve estar ciente do que está acontecendo. Como a notificação é obrigatória, a Central de Transplante é comunicada, já que todo hospital deve ter uma CIHDOTT, que deve organizar a logística para o diagnóstico e o acolhimento familiar. Nesse caso a CIHDOTT do Hospital São José acolheu a família e passou todas as informações, resultando na autorização da doação dos órgãos”, explica.





