Na manhã desta quinta-feira (16), ex-rodoviários que atuavam em empresas de transporte público de Aracaju realizaram um protesto em frente à Câmara Municipal da cidade.

Gilton Rosas/Reprodução

O objetivo da manifestação foi cobrar das autoridades o pagamento de verbas rescisórias e demais direitos trabalhistas que ainda não foram recebidos, mesmo após anos das demissões.

Em novembro de 2023, a Câmara Municipal de Aracaju aprovou um projeto de lei que concedeu um subsídio de R$ 24 milhões às empresas de transporte público da cidade. O objetivo do subsídio era ajudá-las a custear os serviços e evitar um aumento na tarifa. No entanto, a aprovação do projeto gerou polêmica, já que muitos questionaram se os recursos realmente seriam utilizados para beneficiar os trabalhadores.

Juliana Souza Santos, representante dos trabalhadores da empresa Progresso, também denunciou a situação precária dos ex-rodoviários. Ela afirmou que, além de não receberem as verbas rescisórias, muitos também tiveram seus planos de saúde e vale-refeição suspensos antes da demissão. "A empresa não paga quem está trabalhando e nem quem saiu", destacou.

Durante a sessão na Câmara Municipal, diversos vereadores se manifestaram em solidariedade aos ex-rodoviários e cobraram medidas das empresas e do poder público para solucionar o problema.

A vereadora Sônia Meire (PSOL) ressaltou que, na época da votação do projeto de lei que concedeu subsídio às empresas de transporte público, ela e o vereador Camilo (PT) foram os únicos a votar contra, justamente por causa da situação dos trabalhadores.

"Um dos argumentos que usamos para não liberar o subsídio é que as empresas não garantiram que os trabalhadores seriam pagos", afirmou.

O vereador Ricardo Marques (Cidadania) também criticou a postura das empresas e cobrou mais rigor do poder público na fiscalização do cumprimento das leis trabalhistas. "Como isentar o ICMS de empresas sem certidão, que não cumprem as regras, gGovernador e prefeito de Aracaju? Ainda há tempo de mudar a história, senão, este parlamento vai mudar", disse.

O presidente da Câmara Municipal, Ricardo Vasconcelos, se comprometeu a intermediar um diálogo entre os ex-rodoviários e as empresas de transporte público. Ele também informou que a Casa Legislativa vai cobrar das empresas a regularização da situação dos trabalhadores e que, se houver um novo pedido de subsídio, a tendência é que os vereadores votem contra.

O F5 News entrou em contato com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Município de Aracaju (Setransp), que informou que a empresa Progresso não é filiada ao sindicato. A redação também tentou contato direto com a empresa, mas não obteve resposta. O portal permanece à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais.

Com informações da CMA.